De 1982 e 1984 li dois extraordinários livros de José Saramago : " Memorial do Convento " e " O ano da Morte de Ricardo Reis ". Do primeiro acho mesmo que foi o melhor livro, de sempre, de todos os que li de autores portugueses. Pela criatividade, pela pesquisa, pela narrativa e, muito importante, por um estilo peculiaríssimo, absolutamente único. E maravilhoso e onírico. Sete Sóis, Blimunda e a Passarola nunca mais deixaram de pertencer à minha biblioteca mental dos momentos felizes e plenos a ler livros, boa literatura. Dos outros, uma certa desilusão foi crescendo com a Jangada de Pedra , Ensaio sobre a Cegueira e Todos os Nomes . A excepção terá sido a História do Cerco de Lisboa , ainda no final da década de 80. Pela pessoa-personagem vista-ouvida e lida nas entrevistas, documentários e notícias, nunca senti grande simpatia. ( Uma breve incursão num dos Cadernos de Lanzarote afastaram-me para sempre dessa forma de conhecimento do homem.) ...