sexta-feira, 29 de junho de 2012

Nova Zelândia~2003

quinta-feira, 28 de junho de 2012

"Há cem anos, que não é assim um tempo muito distante - estamos a falar, grosso modo, dos tempos da Primeira Guerra, cujos últimos combatentes morreram na última década - os livros da biblioteca familiar estavam numa casa grande no Porto, perdidos que foram os palácios e vendidas que estavam a ser as grandes quintas do Douro. Nada de especial. Depois, algumas décadas depois, a biblioteca estava em casas cada vez mais pequenas, o que dava a sensação de que tinha aumentado. Os livros eram mais, mas não muitos mais, enquanto o espaço era cada vez menos."
no Abrupto

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Convento de Tomar

terça-feira, 26 de junho de 2012

O meu amor

"O meu amor tem um jeito manso que é só seu
E que me deixa louca quando me beija a boca
A minha pele inteira fica arrepiada
E me beija com calma e fundo
Até minh'alma se sentir beijada, ai
O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que rouba os meus sentidos, viola os meus ouvidos
Com tantos segredos lindos e indecentes
Depois brinca comigo, ri do meu umbigo
E me crava os dentes, ai
Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz
O meu amor tem um jeito manso que é só seu
De me deixar maluca quando me roça a nuca
E quase me machuca com a barba malfeita
E de pousar as coxas entre as minhas coxas
Quando ele se deita, ai
O meu amor tem um jeito manso que é só seu
De me fazer rodeios, de me beijar os seios
Me beijar o ventre e me deixar em brasa
Desfruta do meu corpo como se o meu corpo
Fosse a sua casa, ai
Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz "

Ricardo Rodrigues condenado por atentado à liberdade de imprensa

Pois

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Dança?


Palmela: Autoeuropa ajusta horários para os trabalhadores assistirem ao jogo Portugal-Espanha

Portugal-Espanha

Ricardo, Otelo e os pêlos

"Só li ainda a primeira página da nova biografia Otelo, o Revolucionário, de Paulo Moura. Não por falta de tempo, mas porque a primeira página do livro oferece tanto material para reflexão que ainda não me sinto preparado para avançar na leitura. A primeira frase é esta: "Otelo demora, todos os dias, cerca de duas horas na casa de banho, a tratar da higiene pessoal." Sou um velho apreciador de biografias que investigam os hábitos de higiene do biografado."
Ricardo Araújo Pereira  aqui

sábado, 23 de junho de 2012

Café


"Abre o livro e olha para a marca que fez no canto inferior direito. Faz sempre marcas no canto inferior direito. Sempre viu marcas de paragens de leitura no canto superior direito. Deve ser por isso que marca as paragens dos livros que está a ler dessa maneira.Sente-se bem, dormiu bem, gosta de si."´

quinta-feira, 21 de junho de 2012


terça-feira, 19 de junho de 2012

Noruega.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Segóvia
Mais aqui.

sábado, 16 de junho de 2012

Tomar

Na pirâmide de Kéops

Via-o frequentemente.

Não vos direi que, eu mesmo, não ficasse surpreendido com essa meticulosidade. As nossas conversas, os nossos silêncios, as nossas perturbações, as nossas reflexões, a nossa felicidade, misturavam-se numa ordem cíclica, metódica mas inesperada. Porque é preciso dizer que nunca sabíamos quando seria o encontro seguinte. A imprevisibilidade era a lei e a natureza da nossa relação. Relação que era, apesar de tudo, imemorial. Eu explico-me.
O meu amigo, acho que o posso denominar assim, não era como os outros. Não digo isto pelo sentimento pedante que poderia ter por esta originalidade. Digo-o porque nunca o compreendi. E só achamos normal o que conhecemos, ou julgamos conhecer.

Ele gostava de metamorfosear-se. A magia imanente do carnavale veneziano estava-lhe no sangue, o seu rosto e o seu corpo corriam em mutação permanente. E, asseguro-vos, que isso me afectava profundamente. Mas uma espécie de louca atração impelia-me para a sua companhia. Inexorável e sincera, misteriosa e banal, mortífera e indispensável, dolorosa e visionária, reflexiva e violenta, esta companhia era
um prolongamento da alma. Ora não há nada mais enigmático e profundo do que esta.

Chegava sem avisar. Eu estava, por exemplo, sentado próximo do speaker’s corner em Hyde Park, onde um velho gentil com óculos de aros redondos fustigava o silêncio com uma reflexão sobre a virtuosidade, acho mesmo que tinha um livro sobre os joelhos e que, provavelmente, meditava sobre nada. A sua voz polimórfica interpelou-me, de repente, sobre a estagnação do prazer e da realidade movediça de Galileo, ou da pretensão muito banal de conhecer o vermelho sem nunca ter corrido na erva atrás de grandes borboletas de cores vivas. Suspendeu o fôlego antes de prosseguir “Uma partição de Mozart nunca pertenceu à dor.” O meu amigo amava as afirmações negativas. Eu, deixava-me impregnar pelo odor das suas palavras.

Alguns meses mais tarde, estávamos ambos sentados em face da montanha que observa Kyoto. A espera cadenciava-se pela nossa respiração. De repente, perguntou-me se conhecia os astros. Respondi-lhe que um dia anémonas gigantes me tinham ensinado a encontrar Capricórnio. Olhou-me fixamente e fez-me um longo discurso sobre os quatro elementos do universo: confesso que só me lembro do que amo mais: o fogo. Um fogo enorme debutava na colina em frente e, malignamente, pensei no inferno. Nunca mais regressei ao Japão.

A luminosidade nunca se tinha dado bem com o meu amigo e, contudo, os seus olhos eram como duas queimaduras. Uma vez falou-me sobre a perversidade. Vinha de um campo de batalha ainda fumegante de ardor e de faíscas. Os vencedores desse dia tinham sido os vencidos de outrora. A carnificina que eles tinham sofrido pertencia ao esquecimento. Nada, apesar disso, tinha mudado. Tinha assistido à batalha. ”Os amantes esquecem sempre que a verdade nunca está sozinha”. Lembro-me que chovia.

Eu não vivia em função de um objectivo mas unicamente cristalizado na minha incerteza. Lia Gramsci e recebia o vento na face.

Na pirâmide de Kéops apareceu-me um dia e perguntou-me se conhecia Bizâncio. Disse-lhe que tinha ido uma vez a Ravenna. Então ele abriu um velho livro bordado a ouro e explicou-me a origem do medo. Entre os tesouros do Sultão Ahmet no Top Kapi havia uma esmeralda, única, conhecida por estar na génese da sinceridade. Numa noite de verão, aproveitando a ebriedade de um dos guardas, um homem jovem com um turbante cinzento, partiu-a em mil pedaços. Na manhã seguinte o guarda foi enforcado e a tempestade instalou-se.

Neste universo híbrido, lembro-me por vezes de excertos de conversas, o mais frequente, de sensações. Não eram mais carícias lúdicas que acreditava ver refletidas na água.
Uma noite, estávamos num desses bairros lúbricos que cada grande cidade sabe tão bem estigmatizar e, ao mesmo tempo, preservar de raivas dissimuladas. Num quarto com as paredes azul claro, sujas de lassidão, um mundo de mulheres nuas escutava o relato de um conto, curiosas. Ele voltou-se para mim e fez-me um desenho num pequeno pedaço de papel; um castelo, cuja arquitectura era estranha, emergia das areias. Perguntei-lhe o que queria dizer. “Cada castelo mascara uma verdade obscura. Os homens estão errados em  não a procurar mais.” Senti-me gelado mas não ousei dizer nada.

Uma outra vez, a memória não me ajuda mais, acho que junto do Tibre, assistimos a um crime. Um homem, outrora pai, jazia morto, uma mulher ao lado olhando, petrificada, os seios tombados. De repente, uma faca estava nas mãos de um rapaz que corria, corria na direcção do poente. Segui-o. A minha personagem esperava-me e não me disse nada. Senti aí todo o peso da dor.

Uma noite, extenuado com uma página misteriosa de um poeta argentino, encontrei-me numa caverna. Pensava no enigma. Não sei como. Trouxe-me um líquido vivo e deu-me a beber. Pensei morrer. Quando acordei, o meu amigo abriu os olhos e os seus lábios mexeram-se quase imperceptivelmente “O amor está no fundo de um abismo mas só o encontraremos nas vagas.” Olhei-o mas os meus olhos não o viam mais.

Num dia com cores indefinidas veio e perguntou-me onde estava a pureza.

Mil outros encontros ocorreram sem que eu possa separá-los ou detalhá-los, ou mesmo saber a sucessão temporal. De resto, nunca tive a certeza daquilo que afirmo hoje. Não sei que força me impele mas sei que ela existe. Tudo o resto me espanta.

Olhava há pouco pela janela e lembrei-me. Uma vez, via os pictogramas dum livro muito antigo, assírio. Folheava maquinalmente as páginas. Bruscamente uma gravura, a gravura do meu amigo, enfrentou-me. Fiquei seriamente perturbado. Acho que nunca mais me refiz. O meu amigo, o meu inseparável amigo, o sonho, estava morto.

Desde esse dia nunca mais sonhei. Uma insónia crónica emprisionou-me, acho, para sempre.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Renascimento

Absorver o prazer de voltar. Respirar o novo oxigénio sem fim.
Renascer.
Já não acreditava que fosse possível, ou talvez no fundo estivesse à espera que pudesse vir a acontecer.
Acho que aconteceu.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Osga fotogénica


Principezinho

"Julgava-me muito rico por ter uma flor única no mundo e, afinal só tenho uma rosa vulgar...

Foi então que apareceu uma raposa .
- Olá, bom dia! disse a raposa.
- Olá, bom dia! - Respondeu delicadamente o principezinho...
-Anda brincar comigo - pediu o principezinho. Estou tão triste...
- Não posso ir brincar contigo - disse a raposa. - Ainda ninguém me cativou...
Andas á procura de galinhas? (diz a raposa)
Não... Ando á procura de amigos. O que é que "cativar" quer dizer?
... Quer dizer que se está ligado a alguém, que se criaram laços com alguém.
Laços?
Sim, laços - disse a raposa. - ...
Eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo e eu serei para ti, única no mundo...
(raposa) Tenho uma vida terrivelmente monótona...
Mas se tu me cativares, a minha vida fica cheia se Sol.
Estás a ver, ali adiante, aqueles campos de trigo? ... não me fazem lembrar de nada. É uma triste coisa! Mas os teus cabelos são da cor do ouro. Então quando eu estiver cativada por ti, vai ser maravilhoso! Como o trigo é dourado, há-de fazer-me lembrar de ti...
- Só conhecemos as coisas que cativamos - disse a raposa. - Os homens, agora já não tem tempo para conhecer nada. Compram as coisas feitas nos vendedores. Mas como não há vendedores de amigos, os homens já não tem amigos. Se queres um amigo, cativa-me!
E o que é preciso fazer? - Perguntou o principezinho.
- É preciso ter muita paciência. Primeiro, sentas-te um bocadinho afastado de mim, assim em cima da relva. Eu olho para ti pelo canto do olho e tu não dizes nada . A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas todos os dias te podes sentar mais perto...
Se vieres sempre às quatro horas, às três já eu começo a ser feliz..."

terça-feira, 12 de junho de 2012

Todas as Cartas de Amor são


Todas as cartas de amor são
Ridículas.


Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.


Também escrevi em meu tempo cartas de amor,


Como as outras,
Ridículas.


As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.


Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.




Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.


A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.


(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)


Àlvaro de Campos

Mais fotos...

Mais fotos no Olhares...

Como Fénix

"A fénix (em grego ϕοῖνιξ) é um pássaro da mitologia grega que, quando morria, entrava em auto-combustão e, passado algum tempo, renascia das próprias cinzas. Outra característica da fénix é sua força que a faz transportar em voo cargas muito pesadas, havendo lendas nas quais chega a carregar elefantes. Podendo  transformar-se numa ave de fogo.

Teria penas brilhantes, douradas, e vermelho-arroxeadas, e seria do mesmo tamanho ou maior do que uma águia. Segundo alguns escritores gregos, a fénix vivia exatamente quinhentos anos. Outros acreditavam que o seu ciclo de vida era de 97.200 anos. No final de cada ciclo de vida, a fénix queimava-se numa pira funerária. A vida longa da fénix e o seu dramático renascimento das próprias cinzas transformaram-na em símbolo da imortalidade e do renascimento espiritual."



domingo, 10 de junho de 2012

Portugal-Alemanha

Temia-se o pior, o que não aconteceu.
Portugal jogou bem e só foi "inferior" porque não conseguiu marcar e até teve oportunidades claras para o fazer.
Quando se demonstra garra, determinação e coragem, também se ganha para além do resultado.

Marraquexe, dezembro de 2008




sábado, 9 de junho de 2012

Hinduísmo II: castas explícitas e implícitas


Hinduísmo I: Castas explícitas (as deles) e implícitas castas (as nossas)



"O sistema de castas (Varna) indiano é dividido de acordo com a estrutura do corpo de Brahma. As quatro principais castas são:

sexta-feira, 8 de junho de 2012

"Bispo das Forças Armadas comparou Passos Coelho a Salazar"

Brueghel

Brueghel

Trápio

Não se assustem. Sou eu, o cão. Melhor, um dos cães. Acontece que sou o único que escreve. Todos os outros são, ou eram, só os outros cães. Nenhum deles escreve, nem sequer desenha ou pinta. Está também excluída a possibilidade de dançar, ou ainda mais inverosímel, de pensar.
continua aqui

quinta-feira, 7 de junho de 2012

"Há sem dúvida quem ame o infinito, Há sem dúvida quem deseje o impossível, Há sem dúvida quem não queira nada Três tipos de idealistas e eu nenhum deles"

"Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser... "


Álvaro de Campos (1890 - 1935) ... biograficamente por Pessoa: "Nasceu em Tavira, teve uma educação vulgar de Liceu; depois foi mandado para a Escócia estudar engenharia, primeiro mecânica e depois naval. Numas férias fez a viagem ao Oriente de onde resultou o Opiário. Agora está aqui em Lisboa em inactividade."

Contra quem?

Kudelka

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Cézanne


Francisco José Viegas e o ridículo

Francisco José Viegas é um mau (des)portista.
No seu blogue refere-se sempre ao Benfica como "o clube da galinha".
Como secretário de estado deve deixar marca tão relevante como uma cagadela de mosca numa folha parda.
Mas o Benfica ultrapassou o ridículo com a notícia de ontem.
Há muita poeira para os olhos.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Relvas, qual Relvas?

Rafael Bordalo Pinheiro

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Almada Negreiros

Hoje estou para aqui virado...
"Morra o Dantas! Pim pum pum!"

José de Almada Negreiros


José de Almada Negreiros

"Entrei numa livraria. Pus-me a contar os livros que há para ler e os anos que terei de vida. Não chegam, não duro nem para metade da livraria. Deve haver certamente outras maneira de se salvar uma pessoa, senão estarei perdido."

domingo, 3 de junho de 2012

Miguel Relvas II

                                                                                Quino
PSD e PS no seu esplendor.

Miguel Relvas I

                                                               Rafael Bordalo Pinheiro
Não tem ponta por onde se pegue.

sábado, 2 de junho de 2012

Portugal-Turquia

Por estranho que pareça o meu país é...
o Benfica!

São Vicente de Fora