segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Vietname e Camboja.....cap.V

Generalidades, generalizações e.........japoneses!


Pretender ficar com ideias sedimentadas, em tão curtos períodos de "enxurradas culturais, visuais, odoríficas, de costumes e até gastronómicas", é uma tarefa que nem Hércules, em parceria com o saudoso Tarzan Taborda....  conseguiria, se o pretendesse, alcançar e dominar.
As viagens, qualquer que seja a modalidade (e não são assim tantas!) escolhida, só nos dão vislumbres e sensações de outras realidades, umas perto dos nossos esquemas mentais, pré-conceitos e preconceitos, outras um pouco mais distantes, outras muito distantes e diferentes.

Viajar é abrir-se completamente a outros mundos. 
Com ricochetes quase instantâneos para a nossa outra vida, que nos preenche nos dias comuns.
Claro que há sempre a possibilidade de usufruir da "espantosa qualidade" de um Club Mediterranée, em Agadir... ou em Nice, ou até em Esmirna, na condição de que os toldos e os coqueteiles sejam sempre os mesmos, ou da mesma cor, ou do mesmo sorriso dos rapazes e raparigas e assim...

O Sérgio Godinho tem uma canção, "Só neste país!", que é um refrão que se ouve com  frequência quando aspectos da nossa vida individual e colectiva correm mal , ou menos bem.

Quem diz com facilidade que vivemos num "país do Terceiro Mundo" é porque....nunca foi a... um país do Terceiro Mundo!!! Mas é mesmo! Não é uma opinião, é um facto.

Mas voltemos às viagens e às generalidades. Para se conhecer e compreender um povo e um país que não é o nosso (ou nossos, quando há dupla-nacionalidade), só vivendo e ou trabalhando e comunicando com as pessoas desses outros mundos.

As generalidades são o prato suculento dos viajantes. A começar por mim. E é pena.

A seguir vêm as generalizações, que são ainda mais comuns. Vemos três árvores, que por acaso são criptomérias. Logo temos uma bela floresta de criptomérias, tão altas e bonitas! Oi, não tínhamos visto que, por detrás, está uma boa área de sequóias, e isto sendo que as sequóias são as árvores mais altas do planeta. Afinal é uma grande floresta com sequóias e criptomérias! Se não nos esquecermos que não vimos a floresta toda, que se espraia por horizontes de que nem suspeitamos.

Como não poderia deixar de ser, termino com generalidades: como é boa a comida vietnamita, especialmente, a pho, que se come a toda a hora, até ao pequeno-almoço!!
Generalizando, ainda, a quantidade de raparigas e jovens mulheres vietnamitas bonitas, ou muito bonitas, é grande, mesmo. Até a parceira de viagem teve a mesma opinião.
As crianças são lindas, mesmo. Às tantas comecei a auto-censurar (mentira...), não fosse a polícia vietnamita, subterrânea, imaginar-me algum repórter descarado de uma rede pedófila ocidental.

Quanto aos japoneses, que viajam, mantém uma postura e uma harmonia impressionantes. Seguem, quase sempre, um guia que fala japonês, podendo até ter olhos aberlindados, que se expõe a tendinites porque arca com o peso contínuo de uma bandeirinha (de cor indiferente, até mesmo distante da cor média do tão generalizado sushi...) ou, melhor ainda, com um chapéu de chuva, fechado ou aberto, a dicotomia é irrelevante.
O verdadeiramente espantoso é a quantidade quase incomensurável de fotografias ridículas, agarrando o leão de pedra, beijando o leão de pedra, afagando o leão de pedra, pondo-se os compatriotas em fila de espera para, criativamente, extrairem as mesmas fotografias, nos mesmos afagos, carinhos e ternuras junto ao leão de pedra, ou fixando muito hirtos as canons e as nikons que são, seguramente, em maior número do que eles, nipónicos, ou abrindo os braços e rindo ou sorrindo muito, não se percebe bem porque a amplitude que se situa entre a pálpebra de cima e a pele que sustenta o olho nem sempre é muito nítida.
A última moda, para alguns, é a cobertura quase integral do corpo, num clima que quase nunca baixa dos 30º celsius, e com uma espampanante e amiga humidade. O medo do contágio obtido fora das  ilhas japónicas deve ser enorme e... eles são japoneses.

Fui horrível, nunca fui ao Japão e estas patranhas nada lhes dizem respeito. Sayonara.