quinta-feira, 25 de junho de 2020

O que desune George Orwell e Miguel Sousa Tavares?

Dia 25 de Junho, o dia do nascimento é o mesmo.
Tudo o resto será diferente.
Um escreveu, e bem, sobre realidades que conheceu (Birmânia em 1923), bairros pobres e cozinhas de hotéis de Londres, a vida boémia e mais barata em Paris nos anos 30, a guerra civil espanhola, onde lutou com o POUM (trotskistas) contra os franquistas,
O outro teve uma mãe poetisa, grande poetisa, e um pai um pouco desbocado mas corajoso, sem dúvida. Viveu sempre no milieu do jornalismo, escreveu uns relatos de viagens, um romance premiado e convenceu-se que sabia de tudo e que era uma eminência, não parda mas de beiçola caída e buldoganiana.
(É verdade que com Margarida Marante fez dupla de entrevistadores, ela melhor, antes de soçobrar)
Eminência que, apesar de não ser solitária, acha que tudo sabe, tudo compreende e sobre tudo tem opinião "fundamentada" (da risível "perseguição aos fumadores", da caça real à "caça aos professores" que tratou abaixo de cão, da condenada tourada - uma questão de tempo: ver a caça à raposa na Anglia - à defesa do "anti-politicamente correcto" que, por ironia, se revê em espelho-, enfim, o homem é convencido, muito convencido mas não é o único.
Não tem é comparação com Orwell. A não ser no dia e no mês de nascimento. Prova de que os progenitores de ambos, não se conhecendo, "obraram" em conjunto.
É sensível que eu não suporto o homem, o segundo? É.