domingo, 24 de maio de 2020

A Ganância, forma vil de egoísmo, põe-me fora de mim.
A Ganância, a Ostentação e o Luxo são os pecados bíblicos que mais abomino.
A Ira pode ser terrível, tirânica e até assassina. Mas a ira pode passar, pode não ser eterna, e até pode ser  autopunitiva.
O GOL nunca desaparece, nunca se desvanece, nunca se põe em causa, faz parte dos músculos e dos ossos do Egoísmo.
O Ganancioso já comeu 3 fatias de bolo ((sem se preocupar se houvera repartição)), cobiça outras quatro e magica quantas lhe faltam para preencher o mapa infinito dos seus sótãos mentais.
O Ganancioso não só cobiça, não só se apropria, não só alimenta o seu ventre míope. O Ganancioso diz que é muito ambicioso, que tem objectivos muito concretos e que é isso que o torna poderoso.
Mas do que o Ganancioso mais gosta é do Luxo. Nada como o luxo, mesmo aquele luxo ostentado, é objecto de mais e maior cobiça. Um Mercedes 4500 é o seu pináculo orgástico. Mas logo demolido, infeliz, desfeito, se de um concorrente surge um 4600.
O Ganancioso é um deus de si próprio. Olha-se do altar da sua vida autosatisfeita e canibal. Incha e não rebenta, apesar de não ser mais do que um caniche.