quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Vietname e Camboja.....cap.XII

Nha Trang, Vietname
Hanói, Vietname
Hanói, Vietname
                                                                 Siem Reap, Camboja
                                                                  Siem Reap, Camboja
Siem Reap, Camboja
                                                                Siem Reap, Camboja
Siem Reap, Camboja
Hanói, Vietname
Hanói, Vietname
Hanói, Vietname
Saigão. Vietname
Hanói, Vietname
Saigão, Vietname

"É a última noite em Saigão, esta cidade única.
Fomos hoje a um pagode de um Imperador de Jade. As influências indo-chinesas, incrustadas na especificidade do povo desta região do Sudeste da Ásia, criaram templos complexos. A simplicidade dos crentes que chegam com oferendas e pauzinhos de incenso, rezam de mãos juntas, ajoelham-se curvados, levantam-se e repetem três vezes um mesmo aceno de cabeça, cruza-se com a complexidade da adoração de múltiplas divindades, e com a luta contra os demónios, e os Reis dos Infernos.
Confesso que, sendo profundamente ateu, tudo isto me é extremamente dificil de entender. Mas vejo as caras, os gestos e a simplicidade nos olhos com alguma simpatia, o mesmo não se podendo dizer das pessoas que se arrastam pelo chão para adorar auréolas virgens de filhos sacrificados...por nós!!

Para lá chegarmos fomos de ........moto-táxi! È mais rápido, mais barato (ainda!) e muito mais excitante! Quando fomos buscar os passaportes com os vistos de entrada no Camboja a uma agência, havia um problema (?...) com os nossos nomes e era preciso ir à sede da Vietname Airlines, num dos outros lados da cidade (mais de seis milhões...). Propuseram-me o táxi-mota e lá fui eu. A sede é num edifício luxuosíssimo, cheio de Cardins, Vuittons, (não sei que mais!...). Aquela parte estava quase sem gente mas deve haver vietnamitas para comprar calças que os sauditas, ou os marroquinos, ou os indonésios, compram nos seus países também em luxuosos edifícios, cheios de escadas rolantes e lojas com muita luz e muito pouco sumo.
Õ luxo causa-me náuseas, deve ser um defeito já irreparável. É.

Regressei e resolvemos ir ao Pagode de Jade, cada um no seu táxi-mota! 
Que experiência! Fazer jazantes a táxis corpulentos, olhar para o lado e ver as caras dos nossos, momentaneamente, compatriotas de rua asfaltada, contentinhos de não respeitar nenhum sinal, ir em sentido contrário de autocarros que maravilhosamente sabemos que nunca na vida nos trucidarão.

Porque só visto e vivido! Em quase 20 dias de Vietname não vimos ÚNICO ACIDENTE, o caos perfeito desceu à Terra e abençoou quem não tem medo da sombra, dos franceses e dos norte-americanos, e muito menos de andar em passeios por onde andam, às vezes, também.....MOTAS!!
Já vimos ocidentais a conduzir motas e bicicletas. Penso que com um pouco mais de tempo também chegaríamos lá.

Os ladrões de Saigão são muito famosos e até há quem diga que ainda mais do que os aborígenas, quando ainda não estavam obrigados a viver em cidades e pontes que lhes eram lunaticamente estranhas.
Toda a gente vietnamita e saigonesa nos avisa e nos dá milhares de avisos para termos cuidado com os nossos haveres e documentos porque o roubo aqui é muito famoso. Confesso que a princípio achei que deveriam estar a exagerar mas a repetência foi tanta que me convenci.
Infelizmente não consegui fotografar com o meu zoom, nenhum. Estão muito bem escondidos nas árvores e são matreiros.

Nestas férias, pela primeira vez, o meu estetoscópio não foi utilizado, bem como a minha bíblia portátil não foi desfolheada. Estou a falar dos meus ricos binóculos e do meu brilhante guia de aves.
Desta viagem não sairão imagens do Vietname selvagem (nos sítios onde ainda o é....), com animais e árvores de encantar, nem do Vietname paisagistico.  A nossa opção foi de conhecer (?...presunção...) o modo de vida de um povo (54 etnias, a maioritária são os Viet, com mais de 65 milhões, e a minoritária a dos Odu, com apenas cerca de 200 pessoas). Desistimos dos parques naturais e dos passeios e trekings de montanha e consequente contacto mais intenso com pessoas de séculos muito distantes de telemóveis.

Mas estamos a adorar de tal maneira este país e estas pessoas que não é brincadeira quando pensamos cá voltar, agora para o verde das montanhas e para novas descobertas.

Amanhã (24) e durante três dias conheceremos um bocadinho do Camboja, regressando depois a Saigão e nesse mesmo dia (27) voarmos para Hanói, dormir a última noite e, então, dizer adeus à Ásia, por esta vez....

Além do Pagode fomos ao museu de História de que gostámos bastante.
Assistimos a um espectáculo de marionetas sobre a água, tradicional. Logo de seguida fomos ao Zoo que ficava em frente e que está num local muito bonito e agradável mas que é muito, muito pobre e com poucos e aparentemente tristes animais.

Regressámos de táxi à zona do hotel porque ameaçava chover e não nos apetecia antecipar o duche.
Fomos a uma já nossa conhecida padaria/pastelaria e jantámos gulosamente.
Desta vez o marido da pho ficou viúvo.

Nunca é de mais insistir que o café vietnamita, da forma como e cultivado, misturado e servido, é sublimemente saboroso. Hoje ao pequeno almoço bebi duas chávenas sem açúcar. Primeiro sente-se o aroma e de seguida degusta-se. Queriamos levar umas quantas toneladas mas acho que os guardas fronteiriços nos prenderiam logo e, verdade seja dita, não nos apetece dormir em quartos com muito suor por metro quadrado e com vergastadas a imitar ventoinhas... Por isso vamos só levar alguns e ver se depois podemos comprar pela internet. Sem prisão.

A Rosa assiste a uma telenovela indiana, dobrada por uma única voz, em vietnamita! Cada um sofre como quer, acho só que ela pensa que "aquilo" é um comprimido para dormir...
Por falar em dormir não nos podemos queixar da cerveja BIA SAIGON, que é mais fraca do que a nossa mas que sabe bem. O único senão é que nunca vem tão gelada como a nossa.
Mas umas quantas, neste sistema de vasos comunicantes entre os rios que saem e os rios que entram, também ajudam a fechar os olhos. Como se precisássemos.

A Rosa diz que o Luís está completamente apanhado pelas crianças daqui, que só se ri para elas, que só lhes tira fotografias e não sei que mais.
Eu, que estou de fora, acho que é um grande exagero.
Como é que se podem ter essas reações pueris se estamos num país que é dos jovens e que tem miúdos lindos por todo o lado?

Vietname e Camboja.....cap. XI

As meretrizes de Saigão não têm nada de muito original. Não sei se existe algum Bois de Boulogne, ou Intendente removido, ou se elas se ajanelam também em ruas próprias
 (não resisto a uma anedota sobre as ditas de Amesterdam: um homem pára em frente a uma janela, numa dessas ruas e fica ali especado. A dita acena-lhe, incentiva-o mas ele nada. Passado algum tempo ele pergunta:"Quanto?" e ela, enfastiada, roda a cabeça e diz com os dedos: "3-0 para o Ajax.")
mas só soubemos que eram, quando as vimos, algo entediadas, à espera, só à espera, junto à ruela do nosso hotel. É que por onde quer que andássemos havia sempre um convite para ver, ou comer, ou beber, ou comprar. No Vietname perguntavam sempre mas não insistiam, na grande maioria das vezes. As nossas, bem pintadas, nada diziam. Estavam só à espera, enfadadas, quem sabe. Foi impossível ver os  chulos, que em vietnamita se diz moung fa tho...

Mas a cena mais espantosa ocorreu no cais de embarque da estação de comboios de Hue, quando virámos a cara e vimos um sorriso atrevido de uma monja, cabeça rapada, traje laranja, e que tinha sido apanhada... a tirar-nos uma foto!!!! com o seu i-phone, i-qualquer coisa tecno: o caçador (eu) acabava de ser caçado!!!
Este monge seria um primo cambojano da nossa atrevida vietnamita. Disseram-nos depois que não se conheciam...

A Guerra do Vietname foi terrível mas o Museu em Saigão é impressionante e muito bem feito.
Mas não me apetece falar de guerra.
As fotografias que se seguem são de crianças dos dois países que ignoram tudo o que se passou com os seus avós, inch'Allah, que fosse para sempre.
















Os adultos, pais e avós, parecem cuidar muito das crianças.