Somos constantemente bombardeados com a inevitabilidade da escolha entre Dupond e Dupont. É verdade que existem diferenças entre os dois mas, sejamos verdadeiros, é muito mais o que os une do que aquilo que os separa. Ambos alimentam clientelas esfomeadas, sem esquecer a alimentação prévia, própria, bem nutrida e previdente. Têm uma faculdade inata para prometer hoje o que se deveria ter feito anteontem e que eles já sabem que não farão amanhã. Por vezes Dupond propõe fazer algo que Dupont tem vindo a fazer há já longos anos e que Dupond, ou os seus antecessores, não tiveram coragem. Dupond propõe-se dar a estocada final à escola pública depois de Dupont, diligentemente, ter dado cabo dela. Dupont tem mega-ideias, quase sempre desajustadas para o fato que vestimos, e vive num mundo à parte, solidificado pela muralha dos apparatckines. Dupond pretende-se realista mas parece não querer lembrar-se dos vinte por cento da população que vivem mesmo mal. Dupont ri, Dupond chora. Depois trocam...