domingo, 9 de novembro de 2014

"Carinho doméstico" e "ensinar"

Com a devida honra, tirado daqui

 "A escola passou a ser vista como a tábua de salvação para todos os problemas que afectam a sociedade e que a sociedade não sabe ou não quer resolver:

se as pessoas não vão votar, pede-se à escola para resolver,
se se entende que as pessoas não têm uma alimentação correcta, pede-se à escola para resolver;
se se entende que as práticas sexuais se desviam da cartilha; pede-se à escola para resolver;
se se entende que somos responsáveis pela desgraça económica, pede-se à escola para resolver;
se se entende que existe discriminação de qualquer tipo, pede-se à escola para resolver;
se se entende que se bebe ou fuma demais, pede-se à escola para resolver;
se se entende que os hábitos de higiene não são os melhores, pede-se à escola para resolver;
etc, etc, etc.

Pode-se alegar a importância, a extrema importância, a urgência, até, de cada uma destas "educações para...". Em geral é isto que acontece. "Se não for a escola a..." - é o argumento. Um argumento "mais-que-estafado", que me recuso a aceitar.
Uma razão é que, com tantas solicitações à escola, esvai-se o tempo e a disponibilidade para se ensinar e se aprender o essencial, as matérias que nenhuma outra instituição trabalha com a mesma extensão e profundidade
Outra razão é que as "educações para..." decorrem de opções ideológicas e de outras ainda menos confessáveis. Ora, a escola não serve para doutrinar ou para empurrar, mas para ensinar o que tem sentido que ensine."
Tirado daqui