domingo, 15 de dezembro de 2013

Execrável Cavaco

"A triste petulância daquele que só voa como os crocodilos"
(Nos tempos áureos das vacas gordas, em quantas Suíças por saber...)
"Cavaco Silva, pareceu apostado em não aceitar o apoio, tão sufocado que está em reinstalar o seu passado numa hagiografia autoapologética que tudo falsifica na ânsia de nutrir uma vaidade de méritos que nunca teve. Significativamente, no episódio dos últimos dias, nem um só dos seus lestos parciais de outrora ergueu a voz ou um dedo para vir em seu socorro: estará o cavaquismo moribundo ou esquecido? Ficaram fartos do seu prócere os cavaquistas?"
(...) João Marcelino bem tentou explicar os meandros e melindres políticos da época, mas saltou a terreiro Cavaco Silva feito um Gandhi de terceira com prosápia de ferrabrás de feira: "Sempre fui contra a luta armada!" jactou-se, estentóreo. Nunca foi - e devia deixar de se reinventar. Foi sempre uma coisa e o seu contrário, se preciso fosse para poder chegar onde desejava chegar. Dissimilou sempre tanto o pensamento e os sentimentos que hoje já não se lembra do que pensou e o que sentiu: basta confrontar o que ele diz hoje e fez ontem da agricultura e das pescas..."
DN
 
 
 

...citando "O Papa Bolchevista"

 
"Os blogues de “direita”, “liberais”, “neo-liberais” e próximos do governo, que têm a vantagem de escrever de forma nua e crua, muitas vezes imbecil e débil, aquilo que acham que é melhor para justificarem tudo o que seja ataque aos mais fracos e defesa do direito dos mais fortes no chamado “ajustamento”, têm agora um pequeno problema: o Papa Francisco. Se não estivesse lá a assinatura do Papa, debaixo de um título em latim, e os textos papais fossem publicados num blogue qualquer tido de esquerda, choveriam os mais estridentes impropérios sobre o socialismo despesista, o esquerdismo entranhado e doentio, o comunismo assolapado do seu autor. 
 Não é que na Exortação evangélica Evangelii Gaudium, o Papa descreveu o capitalismo como “uma nova tirania” e, como Mário Soares, preveniu que a desigualdade e a exclusão social "geram violência" no mundo e podem provocar "uma explosão" (cito do Público)? E não é que falou do “trabalho digno, educação e cuidados de saúde”, uma típica retórica esquerdista para os nossos “liberais” de nome? E ainda por cima, para não haver ambiguidades, culminou com esta frase difícil de engolir por eles: “Tal como o mandamento ‘Não matarás’ impõe um limite claro para defender o valor da vida humana, hoje também temos de dizer ‘Tu não’ a uma economia de exclusão e desigualdade. Esta economia mata”. Como essa “economia” é a que defendem dia sim, dia sim, lá terão que sussurrar que o Papa saiu bolchevista. E como o Papa foi escolhido pela Espírito Santo, não será que Deus afinal é um esquerdista anti-“ajustamento”?"
Pacheco Pereira, aqui
E algumas idiotices de Henrique Monteiro "O arrependimento da esquerda".
                         http://expresso.sapo.pt/o-papa-francisco-e-o-arrependimento-da-esquerda=f846308