Alguém me despertou para a fotografia? Não. Alguém me ensinou fotografia? Não. Alguma vez quis aprender escolasticamente as arquitecturas da fotografia? Não. Alguma vez qualquer veleidade de compreensão técnica superou a auto-aprendizagem da sensitividade do olhar? Nunca. Alguma vez o prazer da captura do instante deixou de ser o alfa e o ómega do interesse profundo pela fotografia? Nunca. Desde sempre, lembro-me, fotografei com o olhar, sempre e sempre, sem ainda ter qualquer objecto-espelho-mágico reflector. Sinto que as minhas primeiras fotos foram nos campos quando capturava abelhas, com um frasco, para depois as soltar, libertando-as da sádica experiência.