quinta-feira, 16 de junho de 2022

 Alguém me despertou para a fotografia? Não.

Alguém me ensinou fotografia? Não.

Alguma vez quis aprender escolasticamente as arquitecturas da fotografia? Não.
Alguma vez qualquer veleidade de compreensão técnica superou a auto-aprendizagem da sensitividade do olhar? Nunca.
Alguma vez o prazer da captura do instante deixou de ser o alfa e o ómega do interesse profundo pela fotografia? Nunca.
Desde sempre, lembro-me, fotografei com o olhar, sempre e sempre, sem ainda ter qualquer objecto-espelho-mágico reflector. 
Sinto que as minhas primeiras fotos foram nos campos quando capturava abelhas, com um frasco, para depois as soltar, libertando-as da sádica experiência.

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