quarta-feira, 17 de junho de 2020

Taj Mahal no verão de 1987

O mais belo monumento do mundo que eu visitei. Incomparável. Nunca vi outra obra humana mais delicada, mais harmoniosa, mais sumptuosamente onírica. Não foi construída como mesquita, igreja ou templo. Não celebrou nenhuma conquista nacional ou política. 
Foi, tão só, o local mais belo para sepultar, em 1651, a esposa Mumtaz  Mahal 
(que quererá dizer "A joia do palácio"; mas li várias versões; o seu nome era Aryumand Banu Begam e morreu durante o décimo quarto parto) de Shah Jahan
imperador do Império Mogol, que reinava em grande parte daquela terra asiática. Foram necessários 20 anos e cerca de 20 000 operários para construir o Taj Mahal, o mausoléu que a recebeu, junto ao rio Yamuna.
Existem lendas (...) para tudo e todos, e uma delas fala no infortúnio de arquitectos, artífices, capatazes e outros que teriam sido mortos, estropiados, cegos, para nunca poderem construir outro igual. 
Em Agosto de 1987, na época das monções que afortunada mente nesse ano se afugentou, 
chegámos a Agra com o principal propósito de ver A Maravilha e, dias depois, descer de comboio no Rajasthan até Jaipur, a cidade cor de rosa, e depois aos monumentos eróticos de Kahjurao, no Madhya Pradesh. 
O Taj Mahal inebria qualquer um. É impossível olhá-lo e não sentir um arrepio. Duas vezes lá fomos, também por ser um local de frequência de indianos, em grandes famílias e inúmeros sorrisos e com o crocitar insistente de gralhas e papagaios como paisagem sonora. Observar as pessoas os gestos, as falas, as brincadeiras e as discussões é um dos objectivos e um dos prazeres de viajar. Para mim. 
As crianças bem pequenas têm olhos escuros debroadados a negro. Vimos bastantes assim noutros sítios naquela parte da Índia Central-Norte. 
Agra fica ao Sul de Nova Delhi, a uns 300 ou 400 km. Com um calor intenso e húmido podem usar gorros na cabeça... Como mais tarde também vimos na Namíbia, mas aí com calor intenso e seco...
Em 1987 nem se imaginava a era digital, pelo que as minhas fotografias transportavam-se em rolos x36 da Kodak.
Era preciso alguma (muita!) contenção porque o número de fotos era limitado, ia diminuindo, e ainda não sabíamos o que iríamos encontrar nos dias seguintes.
Este era um "problema" dos viajantes da altura... Que grande "problema"!! 
O grande problema era que a Índia era somente quadragenária e ainda longe da potência nuclear que é hoje, e ainda que não saibamos dados estatísticos para saber se as populações daquele 2° Gigante vivem melhor, as perguntas perduram. E nós, para além do Egipto, nunca tínhamos visto tanta pobreza a sério. Mais tarde pudemos relativizar as "pobrezas" em algumas partes do mundo. 
Um bom exemplo foi quando voltámos à Índia, desta vez só a Goa, que é o Estado com rendimento per capita mais elevado. Assim poder-se-á comparar um pouco, ainda que enviesadamente pela passagem de 29 anos... 
Quando tiver tempo, digitalizarei algumas bem bonitas.
A esposa do imperador, Mumtaz Mahal, faleceu de parto, como já disse, em 17 de Junho de 1631, com 37 anos. 
Taj Mahal
Kajurhao 

(Mais tarde publico algumas minhas) 

Desgraças nacionais e internacionais


"Só nestes países!"