terça-feira, 2 de junho de 2020

Uma praia britânica...

Actualmente... 

Marcus Thuram

Respeito, respect. 

Ainda a Simonia Cristã...

"Simonia é a venda de favores divinos, bençãos, cargos eclesiásticos, prosperidade material, bens espirituais, coisas sagradas, etc. em troca de dinheiro. A etimologia da palavra provém de Simão Mago, personagem referido nos Actos dos Apóstolos (8, 18-19), que procurou comprar de São Pedro o poder de transmitir pela imposição das mãos o Espírito Santo ou de efectuar milagres."

"Did the Rodney King video change anything?"

Xenofobia e Xenofilia

Sabemos que a opostos absolutos faltará sempre o equilíbrio do relativismo. Mas, numa época marcada ainda pela síndrome da Lisboa de 1506 (na qual a mais absurda superstição, o mais abjecto fanatismo religioso (mais aqui) , a mais inconcebível fúria assassina demolia qualquer vestígio de civilidade) é a total ausência de humanidade e desprezo que uma boa parte da população mundial observa ainda, e consistentemente, contra o que é diferente, chame-se Rohingya, Hutu, Tutsie, Rom, Maori, Inca, Pigmeu, Aborígene, Guarani, Tupí, Azteca, Maya, ou simplesmente (?)... Negro.
Não deixa de ser curioso que à data do massacre referido acima (séc. XVI), cerca de dez por cento da população da capital portuguesa, na altura também com estatura de potência ocidental, era... Negra.
Mas, felizmente, não se trata de Portugal e dos portugueses. Ainda que muito insidioso racismo continue a larvar nas polícias deste canto da Ibéria...
É dos EUA e do inconfundível racismo que por lá medra, que se fala hoje por todo o mundo. Desde o extermínio quase total das autóctones tribos ameríndias (cinicamente equiparável ao massacre inaudito de bisontes!), e o seu acantonamento vil, à violência que, de forma texana e à vista de todos, ou de forma mais subtil e que, surreptitiously, incrustou na pele há mais de século e meio, os dias são agonias talvez as de um tempo.
Rosa Parks, há 66 curtíssimos anos, lutou para se poder sentar num vulgar autocarro. O demónio, aquele demónio, não começou a ser combatido naquele momento.
(Significativamente nas margens do Sena, não muito longe da Notre-Dame, uma manifestação pela independência da Argélia ainda dos Francos,

acabou com dezenas de mortos lançados às águas. Em 1961. Em França. Século XX. 5 anos depois da formação da CEE.) Um pouco mais tarde, do outro lado oceânico, a perfídia era mais directa, e um homem preparava-se para perder a liberdade por vinte e sete (27!) anos,
na sua luta para se poder sentar em qualquer autocarro do seu país e do mundo. Fosse ele qual fosse.
Mais tarde eleito presidente, provou que uma lenda pode ser real, civilizada e exemplar.
Um pouco mais tarde, esses mesmos EUA 🇺🇸, elegeram também um presidente de uma cultura, sagacidade e inteligência superiores.
O que vinha provar, a quem necessitasse de provas, que os Estados Unidos são um fantástico país com o que de melhor já houve, há e haverá nas sociedades ocidentais. Um país que, depois de Rosa Parks e o século que ela marcou, conseguia uma tão grande demonstração de civismo e de humanismo.
E é verdade consensual que os EUA têm do Melhor e do Pior
que há no mundo. Em abono da verdade todos os países, em partes talvez proporcionalmente diferentes entre si, têm.
O país que tem as melhores Universidades do mundo, o país recordista de Prémios Nobel (ou Nobéis para os não puristas), o primeiro país a alcançar a Lua, e a ainda maior potência económica e científica mundial, tem um dos registos mais altos de desigualdade, inequidade, violência e barbarismo de que o porte de arma ao alcance de cada um (direito inscrito na Constituição na Segunda Emenda em 1791) é a mais terrífica realidade de muitas ruas do país.
Os EUA estão ainda muito longe, mesmo muito longe, de ser um país sem Rodneys Kings, ou Georges Floyds. Sejam eles de que cor for.
Muito trabalho e muito tempo foram percorridos para que muitas polícias do mundo não mais pudessem ser, elas próprias, consideradas de assassinas.
Podem ainda acontecer mas são as excepções (nefastas, contudo) de forças policiais que se exigem do século XXI.
Infelizmente, nos EUA ainda não.