1 em cada 7
1 em cada 7 habitantes do planeta viajam de avião num ano.
Prevê-se que por volta de 2050 o número entre em equilíbrio repartido, sendo
que serão cerca de 5 biliões de pessoas a viajar pelo mundo. Que futuro
maravilhoso!
Lembro-me do fascínio que tive
quando cheguei a Veneza pela primeira vez. Sair pela escadaria fronteira à Stazione di Venezia Santa Lucia e ver o Canal Grande e os , depois vim a saber, vaporetti
ziguezagueando pelas águas. Passava uma ambulância aquática e eu nunca me tinha
lembrado, ou imaginado, que os feridos também oscilavam nas pequenas vagas
ocasionadas pelas múltiplas embarcações. Felizmente não teriam de sofrer com “nids de poule” nas estradas
e se havia muitos, por aquelas alturas, anos 80 do longínquo séc.XX, nas vias portuguesas!…
Voltei mais três vezes àquela
cidade, a caminho da ponta leste da Europa e, uma vez, mesmo com mais tempo.
Adorei. As pequenas praças vazias, vielas, pontes e pontinhas, as escadarias
das igrejas, o olhar sério das suas fachadas, os poucos turistas, exceptuando
la Piazza San Marco e os seus mosaicos bizantinos que me encantaram tanto.
Lendo e vendo agora que aquela
cidade especial recebe vinte milhões de turistas por ano,
desfaleço. Não mais quero voltar a sentir ser feliz num sítio de onde a humanidade
e a civilidade desertaram.
Quatro vezes num espaço de cinco
anos, cerca de quinze dias no total, gostei muito de Veneza. Se lá voltasse agora
iria odiar. Não volto.