quarta-feira, 10 de junho de 2020

Nina Simone


Nina Simone, what a voice, what a strength! 

Os dias dezes de Junhos

Hoje é dia 10 de Junho e é dia de Portugal 🇵🇹. Urrah! Mas eu não sou nacionalista. Estou próximo de todos os de quem estou próximo (sejam ou não portugueses), e longe de todos os de quem estou longe (sejam ou não portugueses). Assim é.

Impressiona, impressiona-me ao ler e aprender História, toda a História, a quantidade inacreditável de ascensão ao poder por via da violência militar ou pelo assassinato intrépido de quem ocupa(sse) o trono, a poltrona ou a tribuna decisória. O punhal, o veneno, a pistola, a corda, a espada, as mãos, a ordem, o ciúme e a insensibilidade e a irracionalidade.
De Ghengis Khan e Caim, de Henrique VIII a Staline e Cortez, de César a Ceausescu e Mobut, de Ivan a Torrillo e Pinochet, pelos caminhos da armadilha, do complot, da mentira, da perfídia e da imoralidade.
Por motivos de poder, sempre. Por motivos de ciúme, de vingança, de irascibilidade, de medo, de inferioridade e de desumanidade, quase sempre.
Se existem dúvidas quanto à morte de Arafat (às mãos de veneno vizinho? ), não as existem quanto à morte daqueles que morreram só por defenderem ideias: de Lincoln a Olof Palm, de King a....
Vem isto a propósito da possibilidade de se estar perto da descoberta de quem matou e/ou mandou matar o ex-primeiro ministro sueco, num passeio, à saída de um cinema, numa noite fria de Estocolmo.

As comissões de inquérito camaratianas suecas aqui (muito gostamos nós de dizer "só neste país!"...) estarão perto do móbil (foi há 34 anos...), instrumentos e mandantes da morte de uma das pessoas mais bem intencionadas do planeta.
Se os primeiros de que falei tinham as mãos tingidas de sangue imperecível e inextinguível, outros deixaram a vida porque, apesar de humanamente imperfeitos, eram boas pessoas.
Aristides de Souza Mendes era uma boa pessoa. E Gandhi. E não poucas outras. 
Todas, indirecta ou directamente, mortas por más pessoas.
Sem perdão.
Pelo menos para mim.