sexta-feira, 20 de julho de 2012

as escolas privadas e a demagogia do cheque-ensino

"Isto não significa, porém, que não existam diferenças entre as escolas privadas e as escolas públicas. Uma parte da explicação para os distintos resultados escolares médios obtidos dever-se-á também ao facto de os estabelecimentos de ensino privado serem em regra de menor dimensão, muitos deles com turmas constituídas com um menor número de alunos e a um funcionamento orgânico mais definido e consolidado. Nada disto, todavia, é intrínseco a uma suposto “código genético” das escolas privadas, antes sugerindo ao sistema público alguns caminhos de mudança que é urgente percorrer, e que se revelam incompatíveis com o desinvestimento a que este tem sido sujeito nos últimos anos (nomeadamente com a redução do pessoal auxiliar e docente e com uma agregação cega das escolas em “mega-estabelecimentos” de ensino)."
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"Tal como os grupos humanos, as classes sociais, as instituições e as empresas, todos os sectores devem ser objecto de poupança e austeridade. Todos os sectores devem sobretudo ser objecto de reforçada luta contra o desperdício. Mas alguns sectores devem ser protegidos de um excesso de austeridade. Sem privilégios, devem ser objecto de algum esforço. Entre esses, a educação sem qualquer dúvida. Porquê? Porque é, a prazo, um sector com capacidade reprodutiva e com potencialidade para proporcionar um retorno. Direi também o mesmo na sua formulação negativa: porque é um dos sectores em que um recuo geracional mais desgaste ou mais estragos produziria. Um excesso de austeridade, em tempos de crise, pode simplesmente ser irrecuperável na geração seguinte. Pode deixar cicatrizes que dificilmente saram. E diminuirá seguramente as próprias capacidades e energias para ultrapassar a crise."

António Barreto, no Jacarandá