sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Goa, verão de 2016... -XLVII-

Simples? Facílimo de compreender!
Li que existem milhares de deuses mas só são referenciados e objecto de culto alguns considerados mais importantes.
Quem me conhece sabe que uma terrível falta de espiritualidade me possui, podendo eu mesmo dizer que sou mais seco que um autêntico deserto lunar, ou na melhor das hipóteses, o de Atacama.

Nada metafísico me toca. Pobreza minha.

Assim, na Índia, foi difícil absorver esta parte tão importante.
Mas gostei de ver as devoções das pessoas.
Assistimos a parte de 4 missas católicas e a uma celebração hindu.

Goa, verão de 2016... -XLVI-

No mosaico de deuses do hinduísmo
"Hanuman é o deus-macaco.
O Ramayana informa que na verdade Hanuman era uma encarnação do poderoso Deus Shiva, que se havia manifestado na Terra durante o período de Rama, uma das encarnações de Vishnu, para auxiliá-lo nas suas tarefas.
Hanumam manifestou-se como um vanara (símio humanoide) e ministro do rei dos vanaras, tendo sido um dos grandes heróis da epopeia descrita no Ramayana. De acordo com esses textos, Hanuman é o filho do Deus do vento (Vayú), e um avatar (encarnação) de Shiva, cuja tarefa é auxiliar o rei Ramachandra a derrotar o demónio Ravana. Hanuman também é chamado de Anjaneya, em alusão à Vanari Anjana, que é sua mãe. (...)
Na guerra, Hanuman exibe poderes (sidhis), podendo voar e mudar de tamanho. (...)assume uma forma de cinco cabeças:
  • Sri Hanuman, a sua cabeça de macaco normal.
  • Sri Garuda, a cabeça de águia. Alusão à montaria de Vishnu.
  • Sri Varaha, a cabeça de javali. Representa a terceira encarnação de Vishnu.
  • Sri Narasimha, a cabeça de leão. Representa a quarta encarnação de Vishnu.
  • Sri Hayagriva, a cabeça de cavalo. Representa outro avatar.
(...) Na comunidade hindu ele é objecto de culto  como encarnação de Shiva, e reverenciado por sua devoção a Rama. Na astrologia Hindu é dito que a meditação sobre o nome ou a figura de Hanuman afasta os malefícios trazidos por Shani (Saturno). (...)

Goa, verão de 2016... -XLV-

Durante a nossa espera de 3 horas devido à greve dos ferroviários (mais à frente falarei do encontro que tivemos com grevistas da indústria naval, reivindicando 8 meses de salários em atraso, havendo alguns em greve da fome, em Margão), pudemos observar muito bem estes macacos curiosos...
 






Goa, verão de 2016... -XLIV-

 
A Índia, já repeti várias vezes, são muitas Índias. Às vezes olhamos e vemos, lado a lado, vários séculos diferentes.
Em Goa (Índia?), para além das tímidas campanhas contra a sujidade pública de que falarei mais adiante, sentem-se mudanças.
O uso obrigatório de capacete nas inúmeras motas que trilham o espaço, para MAIORES de 4 ANOS é bem o exemplo de como as coisas ainda/e já estão a mexer.
Com a tolerância para com os SIKHS.
E sem exigência do mesmo para MENORES de 4 NOS mas com a obrigatoriedade para o uso de Cintos de Segurança.
Em cima, uma mãe faz um apelo público para os DADORES de ÓRGÃOS. Num país com tantas tradições e contradições não sei o alcance objectivo que terá.
Existe uma religião ultra-minoritária, os Parsis, que advoga a exposição dos corpos defuntos para serem comidos por aves necrófagas.
Simples, não é?
(Não estou a parodiar)
 
"The pollution that is associated with death has to be handled carefully. A separate part of the home is designated to house the corpse for funeral proceedings before being taken away. The priest comes to say prayers that are for the cleansing of sins and to affirm the faith of the deceased. Fire is brought to the room and prayers are begun. The body is washed and placed in clean in a sudre and kusti. The ceremony then begins, and a circle is drawn around the body into which only the bearers may enter. As they proceed to the cemetery they walk in pairs and are connected by white fabric. A dog is essential in the funeral process because it is able to see death. The body is taken to the tower of death where the vultures take care of it. Once the bones are bleached by the sun the bones are pushed into the circular opening in the center. The mourning process is four days long, and rather than creating graves for the dead, charities are established in honor of the person."     Wikipwdia




Goa, verão de 2016... -XLIII-

 
"A Câmara Municipal de Salcete foi construída durante o ano de 1903 e é uma das mais imponentes construções do domínio português que sobreviveu até hoje, numa evidente demonstração da importância do concelho no quadro do Estado da Índia e, em particular, no quadro de Goa. O projeto foi desenvolvido e aprovado no ano anterior, tendo sido orçamentado num total de 65.000 rupias."
 

(...) A Câmara de Salcete é o primeiro edifício público onde são utilizadas arcarias nas fachadas. É também o único no território goês cuja autoria é conhecida, que foi desenhado por um técnico privado, numa clara declaração de autonomia e poder do Concelho de Salcete. É assim um exemplar único e excepcional no território goês, refletindo quer o poder de Salcete, quer as alterações que estavam a decorrer na sociedade goesa e que se iriam sentir nas obras públicas das primeiras décadas no século XX."                                    Alice Santiago Faria

 
 
(Walter Rossa)
Património de Influência Portuguesa
       Fundação Calouste Gulbenkian       Aqui
 

Goa, verão de 2016... -XLII-

A camionagem em Goa é um manancial de informação religiosa: as empresas privadas são maioritariamente cristãs a julgar pelos inúmeros sinais bem expostos e sinalizados.
Existe uma empresa estatal, Kadamba (nome que vem de uns povos que dominaram a região antes das chegada dos portugueses, entre os séculos X e XIV) que vende bilhetes na estação terminal com mesmo nome. Nunca andámos nos seus autocarros com aspecto "normal", por nenhuma razão especial.

Depois vêm os autocarros privados. Não funcionam com bilhetes mas sim por "angariadores" que publicitam o mais que podem os destinos que servem. À frente umas tabuletas já usadas indicam os destinos.
Há imensos e para todas as partes, mesmo para as mais distantes (não esquecer que a área territorial de Goa é pouco maior da do distrito de Leiria mas as condições rodoviárias, a densidade populacional, o clima e as...vacas! não se comparam).
Sem bilhetes, sendo estes incrivelmente baratos (ficámos sem saber com fazem o controlo mas acreditamos que funcionam numa base de confiança tal a genica e o empenho dos "angariadores"...), viajar neles é uma experiência giríssima.
Nesta altura das monções há poucos turistas e, por isso, a nossa presença assídua provoca uma sensação de  #alguma intimidade#, dado que parecemos ser menos "arricalhados" que o batalhão principal de turistas que viajam para Goa, muito por causa das praias, dos mojitos, ou, concedamos, também da curiosidade de cada um para esta especificidade asiática ("Única" como escreveu Graham Green em 1964).

 
                         

                              










Começo e acabo com o Menino Jesus...