Interview with Ian Kershaw "Hitler era um chato, um obsessivo, um monomaníaco, alguém capaz de martelar o seu próximo por horas intermináveis com os seus temas favoritos: a malignidade dos judeus, a conspiração mundial contra a Alemanha, a ameaça bolchevique, a luta pela pureza racial, e assim por diante. Isto porém explica pouco. Se Kershaw dispensou os recursos da interpretação psicanalítica , afastando-se também do hitlercentrismo, a fácil recorrência em atribuir todas as desgraças ao pintor fracassado não descartou, porém, o auxílio da poética de Aristóteles, segundo a qual a hubris, a soberba e a arrogância desmedida, invariavelmente, são sucedidas pela nemésis , subtítulo do segundo volume, a implacável vingança que acomete os descomedidos, a que corrige os insolentes."