sábado, 13 de setembro de 2014

Vietname e Camboja....cap X

Todas as fotografias podem ser vistas em tamanho maior, clicando duas vezes. Ou algumas delas no meu Flickr.





foto 6
De um passado majestoso a um presente sobrevivente, muitos séculos se passaram.
De tiranos a clarividentes, todos os "povos velhos" já os usaram ("povos novos", aqueles que colonizaram outras terras ou continentes, miscigenando-se, ou não, em maior, menor ou nula escala, com os autóctones).  
"As ruínas de Angkor estão localizadas no meio de florestas e terras ao norte do Lago Grande (Tonle Sap) e ao sul dos montes Kulen, próximo da moderna Siem Reap, e são consideradas como um Património Mundial da UNESCO. Na área de Angkor foram encontradas mais de mil ruínas de templos, variando em escala de pilhas de escombros até o imponente templo Angkor Wat, considerado o maior monumento religioso do mundo. Muitos dos templos de Angkor foram restaurados e, juntos, compõem o sítio mais significativo da arquitetura Khmer."
Os Templos de Angkor são exemplos bem característicos da enorme fusão ocorrida (não de forma liniar, é certo) entre a cultura hindu e a cultura chinesa ao longo de muitas centúrias. Fusão de traços societais, e outros que exigem maior estudo e capacidade para o analisar.

Pol Pot não era Hitler, era pior, se tal é possível. É certo que o segundo mandou matar mais pessoas (fossem elas teutónicas ou vizinhas desde que fossem Judens), do que o primeiro. Este mandou matar menos pessoas, qualquer coisa como entre 1,7 e 2 milhões de pessoas (25% da população da altura), desde que soubessem ler ou escrever, razão pela qual a diminuta intelligentsia foi a que mais cedo se evaporou, ficando bem sólidos os seus crâneos, encontrados. E eram todos kmeres.

Não vindo nada a propósito, paciência, Salazar não era Hitler, nem o seu contrário, mas o primeiro fez algo que o segundo não faria, nem a brincar ao "mão morta, vai bater àquela porta": decretou três dias de luto nacional, o que foi admirável e freneticamente aplaudido pelos Aliados, como se imagina.
(embora haja quem interprete , bondosamente, de outro modo, aqui)

É certo que a troca de conservas de peixe por material de guerra, ou do tão desejado volfrâmio por lingotes de ouro, já tinham sido boas enquanto duraram, mas naqueles tempos de 1945, o melhor era reequilibrar a rota e até quatro anos mais tarde ser fundador de uma aliança de "democracias" e de impérios coloniais, à beirinha da falésia, os impérios.
Segundo a historiadora Irene Pimentel, Salazar disse:"A Europa deve a Hitler o grande serviço de ter recuado, com assombrosa energia, e com empolgantes músculos, as fronteiras do comunismo. Receio apenas que vá longe demais, no campo económico e social."

O  Camboja, que ainda "não existia" pois fazia parte da Indochina Francesa, quando acabou a grande guerra, já seria o atrevido e desenvolto território que é hoje ? Receio bem que não.
O menino que vemos na foto 6, descendente dos bravos guerreiros, tem ainda um longo caminho a percorrer...

(Estivemos só três dias no país -muito boa razão para lá voltar- mas vi muitos meninos descalços como este.
As aprendizagens começam cedo embora duvide que as suas irmãs mais velhas tenham ido ou venham a ir à escola. Voltarei mais tarde...)

Próximo capítulo: as meretrizes de Saigão e o Museu das Recordações (das guerras).  Sobre elas nem uma fotografia, do museu algumas.

"Escatologia dos euros"


Entretanto, teremos de contar às crianças as mentiras piedosas do costume. Que o dinheiro desapareceu mas vive agora num banco muito bonito, com inúmeras outras notas. Que tem uma vida de grandes investimentos que nós não lhe podíamos proporcionar. Enfim, que está no paraíso. No paraíso fiscal, evidentemente."
Ricardo Araújo Pereira, aqui.