quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Nojo

Nojo da classe política, financeira,desportiva, condenada, absolvida, prescrita, torpe, Passos e Vara, Lima e Penedos, Pinto & Fruta, Menezes e Banqueiros, Lurdes e Pedrosos, e...

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Vietname e Camboja.....cap.XII

Nha Trang, Vietname
Hanói, Vietname
Hanói, Vietname
                                                                 Siem Reap, Camboja
                                                                  Siem Reap, Camboja
Siem Reap, Camboja
                                                                Siem Reap, Camboja
Siem Reap, Camboja
Hanói, Vietname
Hanói, Vietname
Hanói, Vietname
Saigão. Vietname
Hanói, Vietname
Saigão, Vietname

"É a última noite em Saigão, esta cidade única.
Fomos hoje a um pagode de um Imperador de Jade. As influências indo-chinesas, incrustadas na especificidade do povo desta região do Sudeste da Ásia, criaram templos complexos. A simplicidade dos crentes que chegam com oferendas e pauzinhos de incenso, rezam de mãos juntas, ajoelham-se curvados, levantam-se e repetem três vezes um mesmo aceno de cabeça, cruza-se com a complexidade da adoração de múltiplas divindades, e com a luta contra os demónios, e os Reis dos Infernos.
Confesso que, sendo profundamente ateu, tudo isto me é extremamente dificil de entender. Mas vejo as caras, os gestos e a simplicidade nos olhos com alguma simpatia, o mesmo não se podendo dizer das pessoas que se arrastam pelo chão para adorar auréolas virgens de filhos sacrificados...por nós!!

Para lá chegarmos fomos de ........moto-táxi! È mais rápido, mais barato (ainda!) e muito mais excitante! Quando fomos buscar os passaportes com os vistos de entrada no Camboja a uma agência, havia um problema (?...) com os nossos nomes e era preciso ir à sede da Vietname Airlines, num dos outros lados da cidade (mais de seis milhões...). Propuseram-me o táxi-mota e lá fui eu. A sede é num edifício luxuosíssimo, cheio de Cardins, Vuittons, (não sei que mais!...). Aquela parte estava quase sem gente mas deve haver vietnamitas para comprar calças que os sauditas, ou os marroquinos, ou os indonésios, compram nos seus países também em luxuosos edifícios, cheios de escadas rolantes e lojas com muita luz e muito pouco sumo.
Õ luxo causa-me náuseas, deve ser um defeito já irreparável. É.

Regressei e resolvemos ir ao Pagode de Jade, cada um no seu táxi-mota! 
Que experiência! Fazer jazantes a táxis corpulentos, olhar para o lado e ver as caras dos nossos, momentaneamente, compatriotas de rua asfaltada, contentinhos de não respeitar nenhum sinal, ir em sentido contrário de autocarros que maravilhosamente sabemos que nunca na vida nos trucidarão.

Porque só visto e vivido! Em quase 20 dias de Vietname não vimos ÚNICO ACIDENTE, o caos perfeito desceu à Terra e abençoou quem não tem medo da sombra, dos franceses e dos norte-americanos, e muito menos de andar em passeios por onde andam, às vezes, também.....MOTAS!!
Já vimos ocidentais a conduzir motas e bicicletas. Penso que com um pouco mais de tempo também chegaríamos lá.

Os ladrões de Saigão são muito famosos e até há quem diga que ainda mais do que os aborígenas, quando ainda não estavam obrigados a viver em cidades e pontes que lhes eram lunaticamente estranhas.
Toda a gente vietnamita e saigonesa nos avisa e nos dá milhares de avisos para termos cuidado com os nossos haveres e documentos porque o roubo aqui é muito famoso. Confesso que a princípio achei que deveriam estar a exagerar mas a repetência foi tanta que me convenci.
Infelizmente não consegui fotografar com o meu zoom, nenhum. Estão muito bem escondidos nas árvores e são matreiros.

Nestas férias, pela primeira vez, o meu estetoscópio não foi utilizado, bem como a minha bíblia portátil não foi desfolheada. Estou a falar dos meus ricos binóculos e do meu brilhante guia de aves.
Desta viagem não sairão imagens do Vietname selvagem (nos sítios onde ainda o é....), com animais e árvores de encantar, nem do Vietname paisagistico.  A nossa opção foi de conhecer (?...presunção...) o modo de vida de um povo (54 etnias, a maioritária são os Viet, com mais de 65 milhões, e a minoritária a dos Odu, com apenas cerca de 200 pessoas). Desistimos dos parques naturais e dos passeios e trekings de montanha e consequente contacto mais intenso com pessoas de séculos muito distantes de telemóveis.

Mas estamos a adorar de tal maneira este país e estas pessoas que não é brincadeira quando pensamos cá voltar, agora para o verde das montanhas e para novas descobertas.

Amanhã (24) e durante três dias conheceremos um bocadinho do Camboja, regressando depois a Saigão e nesse mesmo dia (27) voarmos para Hanói, dormir a última noite e, então, dizer adeus à Ásia, por esta vez....

Além do Pagode fomos ao museu de História de que gostámos bastante.
Assistimos a um espectáculo de marionetas sobre a água, tradicional. Logo de seguida fomos ao Zoo que ficava em frente e que está num local muito bonito e agradável mas que é muito, muito pobre e com poucos e aparentemente tristes animais.

Regressámos de táxi à zona do hotel porque ameaçava chover e não nos apetecia antecipar o duche.
Fomos a uma já nossa conhecida padaria/pastelaria e jantámos gulosamente.
Desta vez o marido da pho ficou viúvo.

Nunca é de mais insistir que o café vietnamita, da forma como e cultivado, misturado e servido, é sublimemente saboroso. Hoje ao pequeno almoço bebi duas chávenas sem açúcar. Primeiro sente-se o aroma e de seguida degusta-se. Queriamos levar umas quantas toneladas mas acho que os guardas fronteiriços nos prenderiam logo e, verdade seja dita, não nos apetece dormir em quartos com muito suor por metro quadrado e com vergastadas a imitar ventoinhas... Por isso vamos só levar alguns e ver se depois podemos comprar pela internet. Sem prisão.

A Rosa assiste a uma telenovela indiana, dobrada por uma única voz, em vietnamita! Cada um sofre como quer, acho só que ela pensa que "aquilo" é um comprimido para dormir...
Por falar em dormir não nos podemos queixar da cerveja BIA SAIGON, que é mais fraca do que a nossa mas que sabe bem. O único senão é que nunca vem tão gelada como a nossa.
Mas umas quantas, neste sistema de vasos comunicantes entre os rios que saem e os rios que entram, também ajudam a fechar os olhos. Como se precisássemos.

A Rosa diz que o Luís está completamente apanhado pelas crianças daqui, que só se ri para elas, que só lhes tira fotografias e não sei que mais.
Eu, que estou de fora, acho que é um grande exagero.
Como é que se podem ter essas reações pueris se estamos num país que é dos jovens e que tem miúdos lindos por todo o lado?

Vietname e Camboja.....cap. XI

As meretrizes de Saigão não têm nada de muito original. Não sei se existe algum Bois de Boulogne, ou Intendente removido, ou se elas se ajanelam também em ruas próprias
 (não resisto a uma anedota sobre as ditas de Amesterdam: um homem pára em frente a uma janela, numa dessas ruas e fica ali especado. A dita acena-lhe, incentiva-o mas ele nada. Passado algum tempo ele pergunta:"Quanto?" e ela, enfastiada, roda a cabeça e diz com os dedos: "3-0 para o Ajax.")
mas só soubemos que eram, quando as vimos, algo entediadas, à espera, só à espera, junto à ruela do nosso hotel. É que por onde quer que andássemos havia sempre um convite para ver, ou comer, ou beber, ou comprar. No Vietname perguntavam sempre mas não insistiam, na grande maioria das vezes. As nossas, bem pintadas, nada diziam. Estavam só à espera, enfadadas, quem sabe. Foi impossível ver os  chulos, que em vietnamita se diz moung fa tho...

Mas a cena mais espantosa ocorreu no cais de embarque da estação de comboios de Hue, quando virámos a cara e vimos um sorriso atrevido de uma monja, cabeça rapada, traje laranja, e que tinha sido apanhada... a tirar-nos uma foto!!!! com o seu i-phone, i-qualquer coisa tecno: o caçador (eu) acabava de ser caçado!!!
Este monge seria um primo cambojano da nossa atrevida vietnamita. Disseram-nos depois que não se conheciam...

A Guerra do Vietname foi terrível mas o Museu em Saigão é impressionante e muito bem feito.
Mas não me apetece falar de guerra.
As fotografias que se seguem são de crianças dos dois países que ignoram tudo o que se passou com os seus avós, inch'Allah, que fosse para sempre.
















Os adultos, pais e avós, parecem cuidar muito das crianças.

domingo, 14 de setembro de 2014

"CINCO CRENÇAS FALSAS SOBRE O CÉREBRO"

António Piedade, bioquímico, aqui.

"1- Só usamos 10% do nosso cérebro.  
2- Dois cérebros num só. 
3- O tamanho do cérebro determina a inteligência. 
4-O cérebro está inactivo enquanto dormimos.
5-Cérebro masculino e cérebro feminino."

"O que as neurociências têm demonstrado é que mais importante do que o tamanho, a quantidade e complexidade de ligações (sinapses) entre os neurónios (células do cérebro) é o que pode determinar sermos mais ou menos inteligentes. E, para além da genética que determina o tamanho, a complexidade daquelas interacções é condicionada pela aprendizagem e experiência de cada um de nós, independentemente da massa cerebral."

Benfica, Mancini e Orgulho

P-Ma vincere anche in Spagna è il suo sogno. 
R-«Vincere all’estero è il mio sogno. Sì, mi piacerebbe conquistare la Liga ma anche lo scudetto portoghese con il Benfica. Ci sono club che hanno fatto la storia del calcio: io sono pronto a tutto, ma ora penso solo al City».  Qui, aqui.


sábado, 13 de setembro de 2014

Vietname e Camboja....cap X

Todas as fotografias podem ser vistas em tamanho maior, clicando duas vezes. Ou algumas delas no meu Flickr.





foto 6
De um passado majestoso a um presente sobrevivente, muitos séculos se passaram.
De tiranos a clarividentes, todos os "povos velhos" já os usaram ("povos novos", aqueles que colonizaram outras terras ou continentes, miscigenando-se, ou não, em maior, menor ou nula escala, com os autóctones).  
"As ruínas de Angkor estão localizadas no meio de florestas e terras ao norte do Lago Grande (Tonle Sap) e ao sul dos montes Kulen, próximo da moderna Siem Reap, e são consideradas como um Património Mundial da UNESCO. Na área de Angkor foram encontradas mais de mil ruínas de templos, variando em escala de pilhas de escombros até o imponente templo Angkor Wat, considerado o maior monumento religioso do mundo. Muitos dos templos de Angkor foram restaurados e, juntos, compõem o sítio mais significativo da arquitetura Khmer."
Os Templos de Angkor são exemplos bem característicos da enorme fusão ocorrida (não de forma liniar, é certo) entre a cultura hindu e a cultura chinesa ao longo de muitas centúrias. Fusão de traços societais, e outros que exigem maior estudo e capacidade para o analisar.

Pol Pot não era Hitler, era pior, se tal é possível. É certo que o segundo mandou matar mais pessoas (fossem elas teutónicas ou vizinhas desde que fossem Judens), do que o primeiro. Este mandou matar menos pessoas, qualquer coisa como entre 1,7 e 2 milhões de pessoas (25% da população da altura), desde que soubessem ler ou escrever, razão pela qual a diminuta intelligentsia foi a que mais cedo se evaporou, ficando bem sólidos os seus crâneos, encontrados. E eram todos kmeres.

Não vindo nada a propósito, paciência, Salazar não era Hitler, nem o seu contrário, mas o primeiro fez algo que o segundo não faria, nem a brincar ao "mão morta, vai bater àquela porta": decretou três dias de luto nacional, o que foi admirável e freneticamente aplaudido pelos Aliados, como se imagina.
(embora haja quem interprete , bondosamente, de outro modo, aqui)

É certo que a troca de conservas de peixe por material de guerra, ou do tão desejado volfrâmio por lingotes de ouro, já tinham sido boas enquanto duraram, mas naqueles tempos de 1945, o melhor era reequilibrar a rota e até quatro anos mais tarde ser fundador de uma aliança de "democracias" e de impérios coloniais, à beirinha da falésia, os impérios.
Segundo a historiadora Irene Pimentel, Salazar disse:"A Europa deve a Hitler o grande serviço de ter recuado, com assombrosa energia, e com empolgantes músculos, as fronteiras do comunismo. Receio apenas que vá longe demais, no campo económico e social."

O  Camboja, que ainda "não existia" pois fazia parte da Indochina Francesa, quando acabou a grande guerra, já seria o atrevido e desenvolto território que é hoje ? Receio bem que não.
O menino que vemos na foto 6, descendente dos bravos guerreiros, tem ainda um longo caminho a percorrer...

(Estivemos só três dias no país -muito boa razão para lá voltar- mas vi muitos meninos descalços como este.
As aprendizagens começam cedo embora duvide que as suas irmãs mais velhas tenham ido ou venham a ir à escola. Voltarei mais tarde...)

Próximo capítulo: as meretrizes de Saigão e o Museu das Recordações (das guerras).  Sobre elas nem uma fotografia, do museu algumas.

"Escatologia dos euros"


Entretanto, teremos de contar às crianças as mentiras piedosas do costume. Que o dinheiro desapareceu mas vive agora num banco muito bonito, com inúmeras outras notas. Que tem uma vida de grandes investimentos que nós não lhe podíamos proporcionar. Enfim, que está no paraíso. No paraíso fiscal, evidentemente."
Ricardo Araújo Pereira, aqui.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Vietname e Camboja.....cap IX

Tarzan Taborda não era Hércules ou Héracles, e por isso não teve de limpar as estrebarias de Áugias (que tem cá uma história, este Àugias...), nem teve de matar o cão Cérbero e muito menos expulsar as aves [Hércules!!] do lago Estinfalis, mas era mestre no wrestling ou kickboxing ou porrada-grossa-sado-masoquista-p'ra-cima. E ainda p'ra mais juntando a Saúde e a Beleza, muito antes de Leonor...






Também não consta que tenha feito workshops no Vietname, nem retiros espirituais com os Khemers.
Foi só um cromo magnífico da História Cultural Portuguesa.

Mas, depois de me sorrirem com um bem articulado Cristiano Ronaldo, à  resposta ditada pela pergunta  "Where are you come from?" , respondiam-me que era o kickboxing ao meu contra-ataque curioso sobre o seu desporto mais popular, deles.
Não vi cartazes a anunciarem Doung Huan Cho em combate sensacional com o "adorado" chinês Tsé-Mao-Tung (ai as profundezas das mentes..., Fernão!) mas também não saberia ler aquele   alfabeto, nem descodificar se aquele distender de braço no cartaz era um sinal de violência doméstica ou um magnífico punch artístico.

No entanto, conseguia ler perfeitamente o cartaz bem presente (lá mais para a frente falarei sobre a alegria comemorativa  de 1945, 1953-54 e 1975) nas ruas das cidades, e às vezes alguns também ecologicamente junto às vastas pistas arrozais)

Tradução rigorosa: ASSIM SE VÊ A FORÇA DO PC!!

A tudo isto eu voltarei (ou não), se o filho de Maria que é filho de uma mãe, embora depois rebentassem como cogumelos muitas mais senhoras que dizem nossas, e também filho de dois pais, um que era de carne e osso e martelava só muito à superfície..., e de outro que não tem carne, nem osso, mas que é ainda mais famoso porque nunca morre, não se sabe onde, nem como nasceu e é bondoso sempre, só não o sendo quando adormece e os milagres ficam dificílimos, mesmo pela hora da morte, me deixar e só se ele quiser.

Com uma subtileza digna de um Valente e desaparecido Loureiro, mudo a agulha e viro para os sapos.
É verdade, em Saigão, num mercado vimos peixe muito fresco a ser vendido, bem como peixe que ainda mais fresco era porque estava vivo, dentro de alguidares (pensámos que o clima também tinha pensado no calor), no corredor da morte certa, aguada ou não.
E, então, vimo-los. 
Para mim eram sapos, num menu vimos frogs .
Uns estavam completamente vivos mas assim presos como em Guantanamo, com as patas traseiras atadas, bem. Olhavam só para o vazio, de plástico.
Outros, bem, não mortos mas aquilo também não era vida. Os focinhos estavam selvaticamente cortados, pelo que eles se podiam mexer mas estavam mais feios que uma personagem horripilante de um filme de Ettora Scola, ou mesmo de um proboscídio de David Linch.
Metiam dó e eu nunca me senti tão próximo da Brigitte Bardot, mas sem cães lambuzadores, e muito, muito longe da Marine, filha de um dos pais franceses mais asquerosos que conhecemos. E neste sujeito colectivo (assim mesmo só para contrariar a jactância brasileira) todos se encaixam.


Para não ferir susceptibilidades apresento uma versão softcore da barbárie. Mas a verdade é que, às vezes, se torna difícil encontrar "aquela" que queremos no meio de 4000...
Ficam, avulsas, algumas outras que servirão de mote ao teclar que vier. Se vier.