sexta-feira, 23 de julho de 2010
Até já!
Vinte dias fora do país, a postagem (não gosto nada desta palavra!) será muito irregular, ou mesmo nula.
(Está a ser interessante apesar do feed-back ser nulo e de não haver contraditório ou opinagem diferente. Mas não podemos inventar heterónimos interesseiros, pois não? Ou podemos?...Não vou por aí...).
Até já, lá!
Benfiquismo mapa-mundi
Quando chegar, o Ramires, o David Luiz e o Coentrão já cá não estão. Veremos.
A solidez da equipa pode ficar seriamente afectada.
Conseguirá o treinador re-inventar uma equipa ganhadora e a jogar futebol bonito?
quinta-feira, 22 de julho de 2010
Os novos pobres
Manuel António Pina
Jornal de Notícias
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Fatalidade?
É verdade que existem diferenças entre os dois mas, sejamos verdadeiros, é muito mais o que os une do que aquilo que os separa.
Ambos alimentam clientelas esfomeadas, sem esquecer a alimentação prévia, própria, bem nutrida e previdente.
Têm uma faculdade inata para prometer hoje o que se deveria ter feito anteontem e que eles já sabem que não farão amanhã.
Por vezes Dupond propõe fazer algo que Dupont tem vindo a fazer há já longos anos e que Dupond, ou os seus antecessores, não tiveram coragem.
Dupond propõe-se dar a estocada final à escola pública depois de Dupont, diligentemente, ter dado cabo dela.
Dupont tem mega-ideias, quase sempre desajustadas para o fato que vestimos, e vive num mundo à parte, solidificado pela muralha dos apparatckines.
Dupond pretende-se realista mas parece não querer lembrar-se dos vinte por cento da população que vivem mesmo mal.
Dupont ri, Dupond chora.
Depois trocam.
É fatalidade?
terça-feira, 20 de julho de 2010
Ode Triunfal
Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime!
Ser completo como uma máquina!
Poder ir na vida triunfante como um automóvel último-modelo!
Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto,
Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento
A todos os perfumes de óleos e calores e carvões
Desta flora estupenda, negra, artificial e insaciável!
(...)"
Álvaro de Campos
Londres, 1914 - Junho.
Se pega...
No Arizona as autoridades criaram uma lei em que o controlo de estrangeiros " podia ser operado em qualquer “contacto com as f orças da ordem”, dando de facto à polícia o poder de controlar os documentos de todos aqueles que as forças policiais desejassem".
A lei foi, entretanto, modificada face aos protestos generalizados.
Dizer não e opôr-se é não nos escondermos face à demonstração dos poderosos.
Aristides de Sousa Mendes
segunda-feira, 19 de julho de 2010
A sério?!
Não à carneirada.
1 e 2
Ou a prova de que nem tudo o que parece submisso o é?
Não aprendem.
Não é possível fazer tantos erros grosseiros e ter causado tantos males à Educação em Portugal sem ter a consciência do que se estava a fazer.
António Barreto falou de um "desastre ecológico" que vai demorar anos ou décadas a recompôr.
Em todo o mundo civilizado é muito fácil de ver que as escolas pequenas, ao contrário do que mentirosamente este governo apregoa, são geradoras de maior sucesso, de maior (d)envolvimento humano, de maior sossego, de melhor vida.
Um tsunami envenena-nos desde 2005 e ainda não acabou.
domingo, 18 de julho de 2010
Confessar um erro
Jonathan Swift
(Dublin, 30 de Novembro de 1667 — Dublin, 19 de Outubro de 1745)
Torre de Babel... VIII
Suum cuique tribuere: coreano.
Preocupação
Um excelente ex-secretário...
sábado, 17 de julho de 2010
Suum cuique tribuere...de Rembrandt
Philosopher in Meditation
(1632)
Musée du Louvre, Paris
Rembrandt Harmensz van Rijn
Leiden 1606 - Amsterdam 1669
Wolf Hall
"The title comes from the name of the Seymours' family seat Wolfhall or Wulfhall in Wiltshire; the title's allusion to the old Latin saying "Man is wolf to man" serves as a constant reminder of the dangerously opportunistic nature of the world through which Cromwell navigates."
Apostasia
Pedido de apostasia de Ricardo Silvestre.
Wolf Hall
Visitar -ou revisitar- aquele curto período histórico que marca o fim da presença católica em Inglaterra e o início de uma religião de estado.
Mesmo com a execução de alguém tão influente como Thomas More. Ou de Cromwell. Entre outros.
Um país completamente virado para o seu umbigo.
Muito boa narrativa, mas nem sempre fácil.
"Inglaterra, década de 1520. Henrique VIII está no trono, mas não tem herdeiros. O cardeal Wolsey é o conselheiro do rei encarregue de obter o divórcio que o papa recusa conceder. Neste ambiente de desconfiança e necessidade aparece Thomas Cromwell, primeiro como secretário de Wolsey, e depois(...)"
Booktrailer de “Wolf Hall”
Como é que é possível ser-se persa?
no PÚBLICO de hoje
(E à falta de uma fogueirinha, arranja-se sempre uma excomunhão latae sententiae...)
O país do pastel de nata
Um pequeno país do extremo ocidental da Europa tem... pastéis de nata.
E faz furor!
(just kidding....)
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Milhões incompreendidos
Desta sopa da pedra de poeiras e lamas que nos atiram para os olhos, ficam as náuseas e o desconforto, senão mesmo a amargura, todos os dias.
A vantagem da democracia é poder saber que a corrupção existe, aqui e ali e acolá.
Pobre consolação!
É verdade que muita gente vive acima das suas posses e não se sabe auto-gerir.
É verdade que foi o próprio Estado, através dos seus ininterruptos governos e duma banca muitas vezes à solta e pedantemente selvagem, que contribuiu grandemente para que esta ilusão parecesse real.
(Eu tenho uma máxima que tento aplicar em todas as ocasiões e vivências: não exigir a outros o que não exijo para mim próprio. Nunca tive, nem tenho, nem penso vir a ter, dívidas -exceptuando um contractual empréstimo bancário para aquisição de casa, entretanto expirado-. Assim estou à vontade para repetir que, desde sempre, achei Insustentável viver-se acima das suas possibilidades)
Uma sociedade organizada, sobretudo para alimentar a gula pelo dinheiro, mete-me nojo.
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Causas da Decadência dos Povos Peninsulares nos Últimos Três Séculos II
Discurso proferido por Antero de Quental, numa sala do Casino Lisbonense, em Lisboa, no dia 27 de Maio de 1871, durante a 1.ª sessão das Conferências Democráticas, aqui.
A educaçãorrota
Visto e retirado do De Rerum Natura.
Novo e eterno Benfica
Os rivais não estão parados e novos treinadores devem trazer diferenças.
No nosso seria bom que não se falasse tanto (JJ) e que se mantivesse o máximo possível o plantel.
De resto... que ganhe o melhor! De preferência, nós.
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Causas da Decadência dos Povos Peninsulares nos Últimos Três Séculos I
Discurso proferido por Antero de Quental, numa sala do Casino Lisbonense, em Lisboa, no dia 27 de Maio de 1871, durante a 1.ª sessão das Conferências Democráticas, aqui.
Interiores...
O futuro não existe à escala individual.
Tomada da Bastilha...I
Tomada da Bastilha......II
Vale a pena ler o que os autóctones pensam deles próprios e o que os estrangeiros pensam dos autóctones. Tudo sem pena(s) de ter pena.
terça-feira, 13 de julho de 2010
A "descentralização" Centralizadora
L.L - Os agrupamentos representam um novo nível no reforço de centralização. A lógica dos agrupamentos poderia ter sido interessante, conduzida de outra forma; a que temos é uma visão tecnocrática, centralizadora. Criaram, na verdade, um novo nível de centralização…É interessante ver como os profissionais se referem ao Agrupamento. Quando vão à sede, dizem ”vamos ao Agrupamento”…Eles estão na escola e, quando precisam, vão ao agrupamento, quer dizer: vão à sede do agrupamento…
Agora, é possível acabar com as direcções regionais!... O poder central controla tudo através das plataformas de controlo informático. O Director está na sede do agrupamento e é o rosto estampado do Ministério da Educação, não é o rosto da escola."
entrevista de Licínio Lima aqui.
Epitaphio de Bartholomeu Dias
O Capitão do Fim. Dobrado o Assombro,
O mar é o mesmo: já ninguem o tema!
Atlas, mostra alto o mundo no seu hombro.
Fernando Pessoa
(Ver aqui)
Completamente sitiados!
Agora são os pesticidas nas frutinhas e nos leguminhos, o mercúrio nos peixinhos do mar, a engorda nos peixinhos de tanque, as toxinas nos porquinhos e nos franguinhos e só as vaquinhas dos Açores talvez escapem a esta hecatombe mundial, se não houver nenhuma chuvinha ácida a manchar o verde de tão grande pacatez.
Nem pulsação aeróbica, nem Omega 33, nem iluminações astrológicas, nada nos salva.
Senhor, fazei alguma coisa!
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Campeã Mundial
Mata?
Suum cuique tribuere...de Caravaggio
domingo, 11 de julho de 2010
Será desta?
A estafeta cubana
O genial António no EXPRESSO de 28 de Julho de 2008 ...
Cuba liberta presos políticos?
Será desta que os cubanos não serão mais presos por pensarem pela sua própria cabeça?
Esperamos para ver. O fim da greve de fome de Guillermo Farinas rompeu o muro de gelo ou adiou a derrocada?
A Besta Humana
De dois contendores numa guerra não há só culpabilidade num dos lados.
Não há só terroristas e criminosos entre os Palestinianos ou só entre os Israelitas,
entre os Hindus e os Tamiles, entre os Protestantes e os Católicos (na Irlanda), entre sunitas e chiitas (no Médio-Oriente), entre Ingleses e Indianos, entre Indianos e Paquistaneses, entre Portugueses e Africanos, entre Russos e Ucranianos, entre Franceses e Argelinos, entre Coreanos e Norte-americanos e entre estes e Vietcongs, entre Turcos e Arménios e a lista parece não ter fim.
E toda esta "obra divina" só no maravilhoso século XX!
Mas existem formas expressas que ilustram, em escala, essa culpabilidade.
Auschwitz e Srebrenica não são comparáveis.
O único traço absolutamente comum a todas as infâmias é a própria Infâmia, qualquer que seja o seu rosto.
sábado, 10 de julho de 2010
História exemplar
Entrei.
- Tire o chapéu – disse o Senhor Director.
Tirei o chapéu.
- Sente-se – determinou o Senhor Director.
Sentei-me.
- O que deseja? – investigou o Senhor Director.
Levantei-me, pus o chapéu e dei duas latadas no Senhor Director.
Saí.
Contos do Gin tónico
Mário-Henrique Leiria
Matematicus...
Nos Estados Unidos, o objectivo é que as crianças aprendam uma Matemática muito avançada e por isso os professores são obrigados a ensinar vários temas e vários níveis de forma superficial e fragmentada. Resultado: os chineses revelaram conhecimentos profundos na Matemática elementar e os americanos, além de não conseguirem corrigir certos erros dos alunos, cometiam eles próprios alguns enganos, desconhecendo também conceitos de aritmética."
Liping Ma, investigadora da Carnegie Foundation for Advancement of Teaching
sexta-feira, 9 de julho de 2010
A Estupidez no Poder
Não somente não aprendem como aprofundam os erros, não reflectem mas atiram-se para a frente, não são auto-críticos mas sim arrogantes.
Os mega-agrupamentos de escolas são polvos centralistas que, por razões meramente economicistas (uma vez que não haverá UMA ÚNICA razão lógica e pedagógica para concentrar alunos, professores e auxiliares em mega-metrópoles escolares), estão a ser construídos à força e a correr.
A minha única (pequena) satisfação é que alguns dos ex-actuais instalados vão ser corridos! Mas logo, com o cartão, com a lambujice e com o oportunismo, encontrarão novos cargos, é a sina.
Arles at night, Van Gogh
Vincent van Gogh
(1853 - 1890)
The list of 7 others Post-impressionist artists
Ensinar a matemática
quinta-feira, 8 de julho de 2010
Triciclo
Os meus (????) leitores (????) devem todos caber num triciclo e ainda sobrar espaço, no dito.
The Beatles: toda a obra.
Imperdível para quem gosta mesmo mui,mui, muito deles!!
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Poesia...I
Uma nêspera
estava na cama
deitada
muito calada
a ver
o que acontecia
chegou a Velha
e disse
olha uma nêspera
e zás comeu-a
é o que acontece
às nêsperas
que ficam deitadas
caladas
a esperar
o que acontece
Mário-Henrique Leiria
Torre de Babel...VII
Suum cuique tribuere: grego.
terça-feira, 6 de julho de 2010
Morreu Matilde Rosa Araújo
Eu via ali no beiral:
Tinham cabecinha preta
E branquinho o avental.
Vinte meninas, não mais,
Eu via naquele muro:
Tinham cabecinha preta,
Vestidinho azul-escuro.
Vinte meninas, não mais,
No alto da ramaria:
Tinham cabecinha preta,
Peúga de fantasia.
Vinte meninas, não mais,
Na torre acima de tudo:
Tinham cabecinha preta
E capinha de veludo.
As minhas vinte meninas,
Capinhas dizendo adeus,
Chegaram na Primavera
E acenaram lá dos céus. (…)»
“Balada das vinte meninas friorentas” in O livro da Tila
segunda-feira, 5 de julho de 2010
domingo, 4 de julho de 2010
Portugal y España
N'A Natureza do Mal
Renoir e a Pintura
Pierre-Auguste Renoir
O vento
A vaca é um animal doméstico. Ela dá-nos leite, carne e couro. A galinha, para além de uma estupidez ancestral, é um animal doméstico que nos dá ovos e carne.
Ora o problema é que o vento não é um animal doméstico.
O vento não pertence a ninguém, o que o torna extremamente perigoso. O vento não dá para ser domesticado.
O vento pode é ser roubado.
É o que tem acontecido com aquelas enorme hélices de helicópteros mancos que pupulam por tudo quanto é sítio. Mas roubado não é o mesmo que domesticado.
É manietado nos seus direitos.
Não sei se o vento se queixa mas se fosse eu não gostava de ver aqueles monstros brancos nos montes e montinhos do meu país. Parece que são úteis e nos fornecem energia eléctrica. Aí está: o vento não é doméstico mas já arranjaram maneira de ele ser um pouco como a vaca e a galinha.
Mas o vento está-se nas tintas para isso porque o vento é livre. Roubem-no um bocadinho que ele rala-se bem com isso. O vento despenteia os penteados e penteia os despenteados. É por isso que eu gosto tanto dele!
O vento é um desmancha-prazeres mas, às vezes, é um montador-de-prazeres como nos casos dos balões e dos parapentes, mas nestes últimos é só às vezes, o que torna o às vezes já em muitas vezes e aí as coisas podem dar para o torto. Podem.
O vento é uma ovelhinha negra da natureza. Por vezes desaparece e faz com que as caravelas do saudoso e aventuroso Gama fiquem para ali a molengar sem saberem mesmo para onde ir, numa calmaria que, contudo, é bem melhor do que aqueles planos fixos do Oliveira que são absolutamente insuportáveis por muito estéticos que eles sejam. E poéticos. Eu não gosto nada da poesia parada, de uma lentidão ainda inferior à de um caracol desmesuradamente preguiçoso, coisas. Mas, sobre este aspecto concreto, não sei a opinião do vento.
O vento trata os ciclones e os anti-ciclones por tu-cá-tu-lá, e umas vezes está nos Açores e dali a nada está nas Caraíbas, e depois já é alísio e depois, como é do contra, já é contra-alísio, vá lá entendê-lo. O vento gosta de chatear, como já vimos, mas há uma categoria de seres humanos que nunca se queixa do vento: os carecas. Os carecas não ligam nada ao vento. O vento para eles não existe e parece que vivem felizes, até porque com aquela particularidade nunca apanham piolhos, nem lêndeas. E o vento é um óptimo propagador de piolhos, além de ser muito chato para aqueles jogadores de futebol que usam umas fitinhas no cabelo para as melenas não lhes cairem para os olhos e eles não poderem rematar e marcar ou defender golos. Porque o vento é tramado nos olhos. O vento nos olhos dá cabo deles. E os jogadores têm o prestígio a defender e a carreira.
O vento está-se nas tintas para a carreira e para as carreiras.
Seja a carreira do 28 que vai até Algés, seja a carreira do senhor doutor que preza muito a corporativa ascensão e subida na mesma. O vento está para as carreiras como as rosas vermelhas estão para o deserto da Galileia. E venta.
O vento o que faz? O vento venta, ou venteia, assobia, rodopia, pipila, varre, desmancha, enrola, desfaz, ensarilha, envolve, tapa, leva. Por exemplo: o vento leva as palavras, como ajuizadamente no provérbio.
E lá vão elas, as palavras, levadas pelo vento, já sem amarras, nem atilhos, nem correntes, nem páginas, nem leitores, nem livros, nem nada.
O vento leva as palavras e as palavras vivem livres.
O vento também ri. É uma das suas melhores características. O vento ri dos disparates dos disparatados que não sabem que disparates andam a armadilhar há anos e anos e sem consequências. Ou com muitas.
Um disparatado-mor, ou uma, faz os maiores disparates dos últimos trinta anos e o que é que lhe acontece? Dão-lhe o prémio de uma sinecura na presidência de uma fundação de amizade com um país do outro lado do Atlântico. Bem pensado.
Aí o vento ri mas fica a pensar por que razão os disparates têm tanto valor, para mais quando mascarados de talhantes, ou farsantes, estatísticos: sabe-se que um quilo de carne custa, na média europeia, 7 euros e 35 cêntimos mas o preço que é pedido é de 6 euros e 58 cêntimos, para ficarmos bem na fotografia da média europeia, mas que obviamente não corresponde à realidade. Mas o talhante, ou farsante, está-se bem nas tintas para a realidade.
O que interessa ao talhante, ou ao farsante, são números, números, números. Ou as médias dos números.
O vento, por vezes, cansa-se e vai descansar para a praia. O vento adora a praia,
estar ali à torreira do sol a arder, saborear o sal que fica nas suas costas, enfim, desfrutar de um pouco de repouso no meio de dezenas, ou mesmo de centenas, às vezes até milhares.
Depois, acorda, chateia-se, levanta-se, rodopia e põe-se a varrer aquela malta toda que foge, atarantada, para os seus carros que ficaram a escaldar que nem ovos estrelados acabadinhos de fazer. Os grãos de areia enfiam-se por tudo quanto é sítio, nos ouvidos, nos cabelos, nos olhos, no tablier do carro e até na garganta do cão que rosna, irado, porque não compreende nada do que se está a passar e ainda por cima gritam com ele.
O vento, cansado de tanta erupção, e confusão, e desarranjo, eclipsa-se.
Desaparece.
Muito lá longe o vento ri e sorri porque, apesar da sua vontade ou até pela sua vontade, ele sabe, bem no seu íntimo, que é eterno, que nunca morre, nem ressuscita, que nunca é sepultado sob lajes mais ou menos pindéricas, que nunca é cremado em piras nas margens do Ganges, ou nos crematórios das cidades, que é sempre jovem sendo sempre velho, que é só ele, com ele.
O vento lembra-se e sorri de novo.
O vento adora papagaios. De papel.
Passagens de ano à força.
1. Avaliação dos Planos de Recuperação e de Acompanhamento: introdução de dados na plataforma da DREN".
"Este tipo de reuniões tem um duplo efeito negativo:
Leva os professores à exaustão, roubando-lhes a motivação e o entusiasmo pelo ensino.
Conduz a uma pressão para o recurso à passagem administrativa e à criação do sucesso escolar para a estatística.
Reparem no teor da convocatória e digam se ela não configura um castigo aos docentes que ousaram atribuir nível negativo aos alunos sujeitos a Planos de Recuperação e de Acompanhamento. É com actos destes que se destrói a profissão docente."
Ramiro Marques
O Fabuloso Mr. Nixon!
Nem mais um dia.
sábado, 3 de julho de 2010
sexta-feira, 2 de julho de 2010
O Brasil soçobrou...
Boas equipas não falam muito, não mostram soberba e até, também, soçobram às vezes.
E de mais de 190 países só um explodirá de alegria, exangue, no fim. Enquanto um a um vão morrendo os outros. Que raio de morte para esta vida!...
Peixe cozido e gravatas...II
Mas os factos são verdadeiros.)
Peixe cozido e gravatas...I
O meu nacionalismo é tão detestável como o peixe cozido que eu detesto. O Messi é melhor pessoa do que o Ronaldo. Não sei se são ambos detestadores de peixe cozido e de gravatas. Mas sei que o primeiro não cospe para as câmaras de televisão, goste ou não de gravatas e de peixe cozido. E jogam ambos muito bem. O génio daqueles pés só está na cabeça de alguns. Mas, às vezes, só em parte dela.
Mas do que eu queria falar era sobre uma corda, ou fita, ou laço, ou guita, ou lenço, ou uma coisa muito parecida com uma...gravata. Eu não tenho vocação para Egas Moniz, aquele do tempo do rei Afonso que bateu a mãe em São Mamede que, como todos sabem, é aquele santo que não gosta mesmo nada de peixe cozido e de gravatas. Nem do outro que ganhou um Nobel por ter descoberto que, se retirássemos um pouquinho de um cérebro de algum que não tem conserto como aqueles relógios que só servem para nós pensarmos que eles já foram relógios, resolvia o problema intrincado, uma lobotomia, vejam lá!, a ideia da lobotomia em 1949 ganhou um Nobel, muito antes do Jack Nickolson ter pespegado com aquela cara de cromo, ou de parvo, no filme que todos viram. Não sei se o Egas Moniz da lobotomia e o Jack Nickolson do filme gostavam de gravatas mas se não gostavam são como aquele chinês que é como se fosse meu compatriota, também, é claro!, porque ele não gosta de fado, nem de touradas, nem de... gravatas! Nem de cuspir ruidosamente para o chão como os outros milhões que vivem lá ao lado dele e não se sentem nada portugueses, para além de terem a forma dos olhos muito pouco arrendondada, e de pertencerem a essa coisa bizarra que era o Império do Meio, ainda sem carros mas também sem o Mao-tsé-Tung.
Essa corda, ou fita, ou gravata que eu odeio persegue-me desde o dia em que eu, para aí com doze anos, disse, em voz alta, num momento de solidão, que nunca na vida iria apertar o meu pescoço com aquela idiotice, idiossincraticamente designadora de bem vestir, ou de aprumo (não confundir como o outro dos pedreiros, o fio-de-prumo, os quais quando estão a trabalhar numa obra nunca usam gravatas, só quando vão a casamentos naqueles fatos todos dignos e oficiais, que costumam ser a farda masculina nos ditos) ou de dar o toque de parecer boa figura, ou de fazer boa figura e que, sem ele, perde todo o traço de civilidade e de compostura tão essencial nos já tão enfastiadamante falados.
A única coisa boa nos casamentos é de que nunca há peixe cozido e, aí, encontro um fortíssimo ponto de apoio aos ditos, mas, como disse Churchill, "Um mundo sem peixe cozido é o pior dos mundos, à excepção de todos os outros".
Pronto, não sei se já disse, desculpem se houver uma repetição ou outra mas não gosto mesmo nada de peixe cozido e de gravatas. Um, pelo cheiro nauseabundo e pelo aspecto; a outra, porque não gosto mesmo nada de passar o dia a pensar que sou eu próprio que me estou a asfixiar, como quando Kafka construiu aquele gafanhoto enorme que parecia dinossáurico e afinal era só um dos seus heterónimos. Por falar disso Pessoa gostava daqueles lacinhos, tão patente naquela fotografia numa rua lisboeta em que, atarefado com algum mental poema, ele não estaria certamente a pensar em gravatas e em peixe cozido.
Mas, afinal, quem é que pensa em gravatas e peixe cozido?
Só os tontos.
quinta-feira, 1 de julho de 2010
Apocalipse Now...Smell of napalm
Apocalipse Now
Satisfaction
Smell of napalm
Kilgore: I love the smell of napalm in the morning. You know, one time we had a hill bombed, for 12 hours. When it was all over, I walked up. We didn't find one of 'em, not one stinkin' dink body. The smell, you know that gasoline smell, the whole hill. Smelled like... victory. Someday this war's gonna end...
Ride Of The Valquiries
Intro (The Doors - The End)
This is the end
Beautiful friend
This is the end
My only friend, the end
Of our elaborate plans, the end
Of everything that stands, the end
No safety or surprise, the end
I'll never look into your eyes...again
Can you picture what will be
So limitless and free
Desperately in need...of some...stranger's hand
In a...desperate land
Lost in a Roman...wilderness of pain
And all the children are insane
All the children are insane
Waiting for the summer rain, yeah
Francis Ford Coppola
Lista de todos os seus filmes