domingo, 10 de julho de 2011

A Lei do Mal é a Lei da Fealdade

Mesmo no fim da leitura, uma (mais) análise interessante sobre o livro e sobre o nazismo, aqui.
(só alterei a irritante brasiologia)
"Os objectivos do Estado alemão eram os objectivos de Hitler, o totalitarismo personificado que determinava a seu bel prazer os destinos de corações e mentes do país. É claro que houve uma tímida oposição à barbárie instalada no país, mas os adversários eram sumariamente eliminados ou presos. O fanatismo era a regra que contaminou praticamente toda a população alemã. A “Providência” revelou-se ainda nas muitas oportunidades que houve para assassinar Hitler, única alternativa que restava aos poucos militantes contrários. Em todas as tentativas (a maioria não chegou a ser descoberta), sempre houve algum empecilho ou imprevisto de última hora que impossibilitou a consumação do atentado. O último deles, a famosa Operação Valquíria, conseguiu explodir uma bomba na Toca do Lobo em 20 de julho de 1944, mas Hitler escapou com apenas alguns arranhões, o que serviu para reforçar nele este apreço desmedido à tal “Providência” (leia-se: a sua própria vontade) que o protegia e o destinava a um triunfo final glorioso. Ele  sentia-se o "iluminado" e as circunstâncias externas apenas confirmavam (e reforçavam) a sua auto-imagem macabra. Por isso, não havia o que tergiversar: para o Führer era tudo ou nada, preto ou branco, mesmo que milhões de alemães (e dezenas de milhões de outros povos) morressem inutilmente durante este percurso trágico. O destino de todos, ainda que imaginário e individualmente pensado, já estava traçado na cabeça de Hitler. Talvez outro tipo de "Providência" tenha se revelado, entretanto, quando o Führer abortou o programa nuclear antes do começo da guerra, e tenha interferido tanto nos projectos do avião a jacto e das bombas voadoras (V1 e V2) que eles sofreram um brutal atraso que só os tornou viáveis no fim do conflito e - pior para os alemães - quando não havia nem combustível suficiente para fazê-los voar. Tarde demais para o Terceiro Reich."

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