Nova era "Civilizacional"? Ou a Vingança do Sul contra o Norte? III
"O CAMINHO DA UNIÃO EUROPEIA PARA A IMPLOSÃO (2)""(...)
A culpa não é da senhora Merkel, nem dos tenebrosos senhores da Moody"s, mas de todos os que fecharam os olhos a um alargamento rápido e que ninguém estava disposto a pagar (na Polónia, por exemplo), a fraudes consentidas como os mil e um truques que países como a Grécia e Portugal aplicavam nas suas contas públicas, na aplicação dúplice do critério dos 3% de défice, ou nas habilidades que a França fez e faz para manter o controlo nacional sobre as suas grandes companhias estatais e para-estatais. Nós vamos acabar com as golden shares, e abrir as privatizações completamente ao exterior, mas nem a França, nem o Reino Unido, nem a Alemanha o fazem. Todos sabiam que a dracma não estava em condições para entrar para o euro, mas fecharam os olhos. Todos sabiam que havia países no centro e leste da Europa que não tinham (e não têm) sólidas instituições democráticas, sistemas judiciais independentes, imprensa livre e independente do poder. Todos sabiam e sabem que não pode haver diplomacia que conte, sem forças armadas, mas avançaram com o Serviço Europeu de Acção Externa, e diminuíram drasticamente os seus orçamentos de defesa. Todos querem uma Europa "forte", mas nos momentos decisivos são os EUA e o braço transatlântico da OTAN que têm o músculo que faz a diferença. É por isso que a Europa acaba por ter que traduzir, muitas vezes mal, as opções dos EUA, que tendem a ser geoestratégicas, mas são difíceis de compatibilizar com a lentidão de um projecto que vai mais longe do que a segurança comum. Eles pensam OTAN, nós fazemos NAFTA. E, por fim, todos sabiam que o modelo de uma Europa que tende a corresponder às suas fronteiras geográficas tem que ter uma política para a Federação Russa, para a Turquia e para o Médio Oriente, e não tem. Só bavardage e asneiras, que tornaram a Europa anti-israelita, empurraram e empurram a Turquia para o instável mundo islâmico e convivem mal com uma Rússia que, pouco a pouco, retoma a diplomacia tradicional das suas áreas de influência.(...)"
A culpa não é da senhora Merkel, nem dos tenebrosos senhores da Moody"s, mas de todos os que fecharam os olhos a um alargamento rápido e que ninguém estava disposto a pagar (na Polónia, por exemplo), a fraudes consentidas como os mil e um truques que países como a Grécia e Portugal aplicavam nas suas contas públicas, na aplicação dúplice do critério dos 3% de défice, ou nas habilidades que a França fez e faz para manter o controlo nacional sobre as suas grandes companhias estatais e para-estatais. Nós vamos acabar com as golden shares, e abrir as privatizações completamente ao exterior, mas nem a França, nem o Reino Unido, nem a Alemanha o fazem. Todos sabiam que a dracma não estava em condições para entrar para o euro, mas fecharam os olhos. Todos sabiam que havia países no centro e leste da Europa que não tinham (e não têm) sólidas instituições democráticas, sistemas judiciais independentes, imprensa livre e independente do poder. Todos sabiam e sabem que não pode haver diplomacia que conte, sem forças armadas, mas avançaram com o Serviço Europeu de Acção Externa, e diminuíram drasticamente os seus orçamentos de defesa. Todos querem uma Europa "forte", mas nos momentos decisivos são os EUA e o braço transatlântico da OTAN que têm o músculo que faz a diferença. É por isso que a Europa acaba por ter que traduzir, muitas vezes mal, as opções dos EUA, que tendem a ser geoestratégicas, mas são difíceis de compatibilizar com a lentidão de um projecto que vai mais longe do que a segurança comum. Eles pensam OTAN, nós fazemos NAFTA. E, por fim, todos sabiam que o modelo de uma Europa que tende a corresponder às suas fronteiras geográficas tem que ter uma política para a Federação Russa, para a Turquia e para o Médio Oriente, e não tem. Só bavardage e asneiras, que tornaram a Europa anti-israelita, empurraram e empurram a Turquia para o instável mundo islâmico e convivem mal com uma Rússia que, pouco a pouco, retoma a diplomacia tradicional das suas áreas de influência.(...)"
José Pacheco Pereira, in Abrupto.
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