"O altar para o Santo Álvaro"
"Por outro lado, Álvaro Cunhal morreu. E aconteceu-lhe
o que acontece a quase todos os políticos carismáticos quando morrem: as suas
qualidades são agigantadas e os seus defeitos desaparecem. Ainda hoje ouvimos
as mais banais e vazias frases de Sá Carneiro citadas como se se tatassem de
excertos de discursos de Winston Churchill. Cunhal passou a ser, da direita à
esquerda, consensual. E é pena. Como profundo admirador da sua personalidade e
do seu talento político, gostaria que ele saísse do mundo dos santos e pudesse
ser debatido em todas as suas contradições. Do político extraordinário, ao
artista plástico e escritor apenas, e com alguma simpatia, mediano, passando
pelo antifascista corajoso, o teórico de arte medíocre, o tribuno cauteloso e
hábil e o homem misterioso, sedutor e manipulador. "
Segundo Daniel Oliveira, aqui.
Segundo Daniel Oliveira, aqui.
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