Padre António Vieira, pedaços biográficos

 “Admira que uma companhia tão desejosa de preponderância, se mostrasse hostil a um dos seus que alcançara do príncipe a mais absoluta privança, que dominava o ânimo de toda a família, que possuía altíssimos talentos e enorme influência política .Mas é que o P. António Vieira mostrava uma certa independência, que era completamente contrária ao dogma fundamental da companhia, que era o da obediência cega às ordens superiores. O P. António Vieira trabalhava por sua conta, e pensava mesmo em introduzir reformas na Companhia, coisa que os mais antigos da ordem lhe levavam muito a mal. Daí resultou que os seus superiores desde 1614 lhe ordenassem positivamente que partisse para as missões do Maranhão. Vieira conseguiu por muito tempo iludir essas ordens sucessivas, protestando ao princípio as suas missões políticas a Madrid e a Sabóia, valendo-se depois de todos os recursos possíveis, e ia ficando. Um dia simulou que obedecia às ordens superiores e embarcou, mas conseguiu que daí a pouco o rei o mandasse desembarcar e voltar ao Paço. Entretanto, a paciência da Companhia ia se apurando, e o favor do rei para com ele desaparecia, pelos motivos já citados, e a 22 de Novembro de 1652 recebeu ordens terminantes de embarcar para o Maranhão, e efectivamente embarcou, porque já lhe era impossível iludir por mais tempo essas ordens. Contava, porém, que a bordo encontraria ou receberia ordem do rei para não seguir viagem, e tal não aconteceu.” Aqui

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