Racismos
"O historiador português Francisco Bethencourt, que publicou o livro Racisms: from the crusades to the twentieth century(Princeton University Press), não é, definitivamente, um saudosista do luso-tropicalismo do sociólogo e ensaísta brasileiro Gilberto Freyre. Não defende que o império colonial português tenha sido menos racista do que impérios como o britânico.(...) Francisco Bethencourt faz
uma história do racismo no mundo ocidental. Uma obra surpreendente, que traz à historiografia portuguesa uma ambição a que não estamos habituados.
uma história do racismo no mundo ocidental. Uma obra surpreendente, que traz à historiografia portuguesa uma ambição a que não estamos habituados.
(..) Uma comunidade histórica só progride se tiver uma relação de
honestidade com o seu próprio passado. Os passados de qualquer país não são
limpos e assépticos. (...) Se concentrarmos o racismo na cor da pele estamos a excluir
alguns dos principais casos de racismo do século XX. Por isso é que a definição
de racismo como “preconceitos sobre descendência étnica combinados com acção discriminatória” é suficientemente lacta para incluir os racismos em relação a
judeus e arménios."
"Eu parto dos problemas do presente, como o racismo, e procuro
encontrar no passado os fundamentos que me permitem compreender melhor o
presente. Acho que neste caso a tese principal do livro ajuda a compreender
alguns problemas do presente. O que se está a passar agora no Sudão do Sul é o típico caso de racialização de etnias que estão em concorrência, como os nutre
e os dinka, pelo controlo de três quartos dos poços de petróleo que herdaram do
antigo Sudão."
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