A minha "Carreira"

Sempre achei que ser carreirista (na política era um anátema poderoso) não era para mim.
Nunca quis "subir na vida", atingir outros patamares, usufruir das benesses da longevidade.
Só quis ser eu, ao longo dos anos que iam passando. Do alto desta arrogância, insuportável seguramente para muitos, nunca me interessou o escalão, a fase, o prémio e o "passaporte" para ter mais dinheiro.
Quem me conhece acha que sou /fui tolo. E que não tenho/terei tido ambição. Seja, ainda que, quando usamos as palavras, o verdadeiro significado delas possa ter interpretações e utilizações diversas.
Nunca me queixei do salário e da falta (44...) de dinheiro (em "fotocópias"...) .
Visitei cerca de 40 países (uma grande ambição minha, lá está, o valor que se pode dar a esta palavra...) e dei 2 voltas imperfeitas ao Mundo (viajar até aos antípodas e regressar pelo mesmo caminho) (volta perfeita: partir de Lisboa para a Oceania e voltar pelo Pacífico) nunca fui rico, administrador do que tinha, sim.
Outra ambição: ser mais conhecedor e culto em certas áreas do meu interesse (por exemplo, saber o funcionamento do motor de um automóvel nunca esteve nos meus centros de interesse e duvido que ainda vá a tempo... ).

Um actor fala na sua carreira (percurso) de 40 anos e há, de facto, a visualização de um caminho feito de peças, personagens, palcos, dramaturgos, aplausos. Consegue-se "ver" uma carreira/percurso.
Mas a utilização do termo banalizou-se tanto que qualquer profissão "possui" a sua bela "carreira" com todos benefícios e responsabilidades daí advindos.

Consigo "ver" e "imaginar" certas carreiras de pessoas que se exposeram ou foram expostas.
De muitas, não sei onde anda o elétrico, nem quem são/eram os guarda-freios...
A carreira do n. 28, lembrados estarão? ....
Dentro de 15 dias, novo "patamar" na minha vida:
deixarei de ter alunos em situações de turma.
Quase 40 anos e o "turning point..." chegou.
Let's find if it's true.
(E existiram, e existem, "carreiras" que nem Martim Moniz podia salvar...Se as há!...) 

Nunca fui dado a lendas (porque se misturam muito com lêndeas da superstição...) mas até tinha vontade que este acto heróico tivesse mesmo ocorrido. 
Aqui eram Cruzados a "ajudar" Afonso Henriques (levando a seguir os "proveitos" dos saques...), que primava pela bravura mas que não tinha este "método" de ataque: era antes, a ter confiança em historiadores credíveis, um chefe de bando que actuava de noite, de preferência sem Lua, escalando muralhas, ou muros, com o punhal preso nos... dentes! E foi assim que conquistou inúmeras praças e castelos de Leoneses ou Sarracenos. Escrevem que o primeiro Rei não primava pela estratégia mas que ia vencendo pela táctica (apesar de ter tido muitas derrotas, sendo que a de Badajoz lhe deixou marca amarga que o impediu de voltar a montar). 
Voltaremos um dia destes à personalidade do "nosso" Rei que chegou a conquistar e a reinar na Galiza, grande sonho mais tarde retomado por D. Fernando, cerca de 200 anos depois, mas por apenas três anos!... 
Por sinal, o iniciador e o outro, o "terminador" da I Dinastia. 


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