Os falsos Burros, Patos, Ratos ou primos

Sempre me fez muita confusão, enorme espanto, os jovenzinhos das agremiações partidárias por serem, a grande maioria das vezes, tão pouco jovens e tão ordeiramente entrados nos redis amorfos (por muito ruído que pudessem fazer).
Dos betinhos com lacostes amarelas da JC aos pré-candidatos a sec. de estado das JS e JSD, em que a mudança mais visível era a passagem ao uso da gravata (uma espécie de carta de condução da maioridade...) neles e, provavelmente, nelas mais rímel e saltos médios, aos UEC/JCPs de boina guevarista e ar palermamente feliz, as listas são enormes e as excepções raras, como manda a regra (lembro-me de um Carlos Pimenta, que não era beto, nem candidato à "carreira", nem lambe-botas dos "exemplos do passado"... E nunca apoiei a sua cor mas sempre admirei a sua fibra).
Para os jovens da boina o que não convém existir tem uma fórmula mágica: não existe.
Não se pode falar do que se passa na China ou Angola porque "não se é chinês, nem se é angolano" (falácias reles) . Mas pôde-se falar do Chile e da Argentina porque havia  ferozes ditaduras (verdades cruas). Pôde-se falar das ditaduras somozista e trujillista (verdades cruas) mas não se pode falar da ditadura orteguista ou castrista porque "não se é nicaraguense nem se é cubano" (falácias reles).
Os fascistas (verdadeiros) Le Pen ou Viktor Órban são personas non gratas mas os fascistas (verdadeiros) Kim Jong-un ou o saudoso Ceausescu são - ou eram!-personas gratas (falácias reles).
Os franceses, quando ainda havia PCF, criaram uma expressão (não sei se foram eles mas...) viperina:  "langue de bois" (traduzida à letra - língua de madeira; mas melhor - a célebre "cassete").
O que não interessa que exista não existe.
Como o mundo é simples, né, Rato Rita?

O nosso feliz 25 de Abril?
Não, a tragédia de Budapest em 1956.

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