sábado, 2 de abril de 2022

Fado do (meu) fado..

Sabe-se que as excepções confirmam, quase sempre, as regras às quais estão ligadas.

O que é fabuloso pode ser absolutamente insuportável, que por sua vez pode ser fabuloso para logo outro que é penoso para outro, outro e ainda outro. 

Só estou a falar das excepções. 

Não, da panóplia de gosto um bocadinho até ao gosto desmesuradamente. Sem esquecer o gosto/não gosto límpido. Estes não possuem excepções.

Aí vai: eu detesto o Fado. Por tudo. Pela forma de cantar, pelo género único (?) que representa, pelas variantes sonoras que se entroncam na arquitectura da música, pela postura do intérprete, pelo (quase) fado de ter de se gostar de Fado, sendo português. "O Fado faz parte da alma lusitana" revolve-me as entranhas e é nesses momentos que me sinto cidadão de outro país, muitas vezes, bem espanhol. Ou argentino e mergulho-me no belo Tango sul-americano.

Com o Carlos Paredes excelsamente acompanhado por Astor Piazzola .

Para estes não há excepções, para mim.

Detesto o Fado. A minha excepção vai para dois Fados de Amália Rodrigues. Estranha Forma de Vida e Povo Que Lavas No Rio.  A voz, o sentimento. a claridade, a profundidade, a excepcionalidade, são osmoticamente perfeitos. E eu gosto. Até muito.

Claro que ninguém se interessa por estas minhas opiniões mas é mesmo por isso que tenho este irregularmente alimentado blogue. Para me reinventar, se isso fosse possível, num balanço de vida a ser feito, fazendo.

Para que a regra seja mesmo a regra, o músico (autor, cantor, compositor) português que é o meu Mais Adorado, José Mário Branco, compôs e cantou dois Fados de sua autoria. Exactamente as únicas canções/músicas que, cada vez que o volto e revolvo a ouvir,  passo à seguinte.

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