Na Ásia Central...1
Dia 1 (30/07/2024)
Partida com bonito jovem uber brasileiro,
uma hora para chegar ao lança-aviões, procedimentos habituais rápidos, espera atendível. O voo
estava 25 minutos atrasado e acabou por partir só às 11h 47m, quase com uma
hora de atraso. Agora no ar a meio caminho de Istambul onde o inevitável tempo
de espera se traduzirá por algum descanso, duvidoso, e algum kebab com temerosa
cerveja desautorizada....
Este é o dia inaugural de uma
viagem por uma pequena parte da Ásia Central, cinco repúblicas da ex-urss que
se 'independentaram' com a queda do muro de Berlim, em 1989. Demorou ainda cerca
de 2 anos para que a separação se tornasse efectiva, aguardando-se uma nova
era. Que a invasão da Ucrânia toldou, abortou, quem sabe, para os próximos anos ou
décadas.
Há 9 anos verificámos a
alegria e o orgulho com que as 3 repúblicas bálticas celebravam os tempos
novos, aí sim, conquistados com ânimo total e indisfarçável orgulho. Agora mesmo,
a Estónia, onde a população russófona era/é mais presente e em maior número, o medo surge, a união
apela, a coragem desponta… Narva era uma das cidades fronteira, onde um rio não
muito largo separava as suas margens do território bárbaro, ex-czarista…
Agora, aqui, temos cinco
Repúblicas que passaram a fazer parte da Comunidade dos Estados Independentes,
CEI, sabe-se lá até quando…
Uma, o Turquemenistão,
continua fechado para o mundo como a Bulgária de Jivkov nos tempos áureos. Não
há internet, as entradas são filtradas ao máximo, é necessário, é obrigatório, trocar e consumir dólares diários. Língua e cultura ainda nas abas do império
otomano mas sunita, como a sua irmã do Bósforo.
Outra, o Quirguistão,
república com muitos ses de que falarei brevemente mais tarde...
O Tadjiquistão, idem...
O Uzbequistão, para onde iremos dentro de 5 dias...
Por fim, o Casaquistão, o maior
país dos cincos, nono neste particular campeonato mundial mas com pouca
população, não chegando aos 20 milhões e com uma densidade populacional de 7
habitantes por km2… Um pouco mais do que a Mongólia e a Nova Zelândia mas que
nos permite, aos poucos turistas que o visitam, respirar sem receio de
contaminar os vizinhos…de não ter filas intermináveis nos monumentos e encostos
aborrecidos para ver a Mona Lisa ou a recuperação magnífica da Capella Sistina,
e de poder observar esta parte tão, tão continental do mundo…
O depauperado Mar de Aral é
repartido entre estes dois países que vamos visitar. O Mar Cáspio fica mais
para oeste para os lados mais “europeus” do Azerbeijão…
Estamos no domínio do
imaginado e esperado, apesar das leituras que fizemos nos ajudarem a não errar
muito o alvo…
Assim, amanhã aterraremos em
Astana, a capital do país que teve um ditador a governá-lo durante quase 30
anos. Com um notório culto da personalidade, o seu nome por todo o lado, até mesmo
a sua capital e o aeroporto rebaptizados, logo após a sua saída de cena. Para
todos os efeitos, é de Astana que falamos. É capital do país desde….tirando
esse título à cidade mais importante, Alma-Ata da era soviética, e dos tempos
da Rota da Seda, à Almaty dos dias de hoje. Mas desta última só falaremos lá
para o meio do mês de Agosto, quando regressarmos por lá…
É que, como as distâncias aqui
são enormes, alterámos a nossa rota e, depois dos primeiros quatro dias e
quatro noites na capital cazaque, voaremos para Tashkent, a capital do
Uzbequistão, para uma pequena volta por Samarkanda, Bukkara , talvez, Khiva.
Contaremos na altura certa. Já
temos as passagens aéreas entre as duas capitais e uma viagem de comboio de
Tashkent até Samarkanda. O resto veremos...
Todas estas cidades uzbeques faziam parte da mítica Rota da Seda e também poderão vir a fazer da Nova se a China avançar com a sua expansão por estas latitudes e por via férrea, e outras…mais árticas…
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