O Conde d'Abranhos
"Muitas vezes ouvi o Conde afirmar, quando se agitavam as grandes questões do Clero, do Ultramontanismo:
– Não, não... Não é tanto assim! O Clero é extremamente virtuoso. Olhe, um padre conheço eu, o padre Augusto, que foi meu companheiro nas Portas de Santo Antão... Uma vez...
E era certo então vir alguma deliciosa anedota, em que as virtudes do padre Augusto resplandeciam, como jóias fulgurantes delicadamente engastadas. E julgando todos os eclesiásticos, de todo o Universo, por este sacerdote que conhecera na mocidade – tanto o seu espírito prático amava as opiniões a posteriori e fundadas na experiência – o Conde nunca concebeu o clero senão como uma classe cheia de virtudes, passajando meias, indiferente às engomadeiras e cheia de benevolência pelas fraquezas humanas."
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