Acho que é a música única que sempre me encantou. Quando saído das línguas liceais aprendidas (?), tive a oportunidade de iniciar a aprendizagem formal da língua mais bonita que eu ouvira, fui. Subir a rua do Salitre e, já perto do Rato, entrar naquele prédio austero foi uma das melhores subidas que pratiquei. Lembro-me da professora, não do nome, signora già nonna, mas delicadamente explicadora. Lembro-me da grammatica italiana per stranieri, que conservo, e de dois jovens colegas de carteira, ela que viria a ser conhecida mais tarde como uma brilhante jornalista, especialmente no campo da reportagem, Cândida Pinto. Música dos filmes, passaportes reais de viagens sonhadas e ainda irreais, das personagens saídas do génio de Fellini, Rosselini, Scola ou Pasolini, que, pela voz da signora, eu inspirava duas vezes por semana. Alguns meses, cinco ou seis, e depois a desistência à beira do exame, traço oblíquio de uma das personas que fui, ou fui sendo, ou vou sendo. Já anteriormente qua...